Jorge Bichuetti
Andarilho, caço as lascas
da vida que pulsam nos becos
onde as alegrias bailam livres
entre a flor e o espinho...
Vagalumes clareiam o canto
do infinito que acolhe mi'as dores
entre o desespero da minha humanidade
e os sonhos que florescem no caminho
onde aninho solitário
meu inquieto e alucinado coração...
O luar na escuridão dos becos
chega poetizando o carinho e a vida;
humaniza as pedras... enternece os espinhos...
E, assim, a poesia do amor fecunda o chão:
a aridez, então, do deserto quebrada pelo orvalho,
floresce, tecendo u'a bela e singela primavera
nos miasmas fétidos e escuros que escorrem
nos fio de lágrimas, lágrimas caminheiras
que perambulam nas anônimas sargetas...
O INFINITO
Jorge Bichuetti
Se olho distante, nada vejo...
Longe, me perco na escuridão...
Porém, mirando as pedrinhas miúdas
que nos riachos se ocultam,
dando águas cristalinas,
na renúncia de caminhar e ser mar,
descubro na magia da ternura singela
as células e os versos que se unem para compor
na bailado da imensidão o infinito azul...
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