segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

POESIA: NUM INSTANTE, O OLHAR E O MERGULHO... A VIDA ERRANTE.

                  NUM INSTANTE, O OLHAR...
                                           Jorge Bichuetti

Nada vi... Num instante o olhar,
fagocitou asteróides cósmicos e
mergulhando na imensidão, eu só senti
que o acentinado das nuvens e o brilho
das estrelas...não eram no caminho só
enfeites, adornos e figurações... eram a vida
que dava cor e música a finitude... desnundando-se,
vida no caminho na infinitude do instante quando a flor brota
nas cordas do coração, tanto quanto floreia nos ecos da imensidão...

A vida é o bailado do tempo 
entre as folhas que seguem o vento e
os amores que semeados eternizam-se 
nos roseirais do chão... a vida
anda e voa... brinca e adormece... 
tecendo com as folhas caídas de u'a árvore a epopeia
de um novo sonho... um sonho de menino  
na lágrima vertida quando na dor do presente,
se arde de saudade, saudade dóida do próprio amanhã... 


                                             A VIDA ERRANTE
                                                     Jorge Bichuetti

Andarilho descalço, entre pedras e espinhos,
vou colhendo na estrada... o assobio do vento,
as pedras anònimas e as flores que na margem
desenham sóis de esperança no meio das ervas daninhas...

Ninguém me vê... enquando eu... mergulho no horizonte,
esperando as mãos de Deus...e, nelas, migalhas de algum carinho...


                                                 DEUS
                                                       Jorge Bichuetti

Quando criança, via Deus
no olhar sereno e terno, no
carinho silencioso sábio do meu velho avô;
hoje, com cabelos brancos 
e carregando as asperezas das mi'as rugas,
o vejo no sorriso ingênuo e alegre de u'a criança...

Vejo-o, invejando os passarinhos
que com Ele dialogam no idioma
das canções belas e nos sussurros poéticos
do incansável e peregrino Irmão Vento...

O mundo me enlouquece... tão cheio de ruídos.
tão vazio de palavras e silêncios... são caminhos
entre o desespero e a descrença, um vaso no altar
com flores murchas e velas consumidas no esquecimento...

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