Jorge Bichuetti
Nada vi... Num instante o olhar,
fagocitou asteróides cósmicos e
mergulhando na imensidão, eu só senti
que o acentinado das nuvens e o brilho
das estrelas...não eram no caminho só
enfeites, adornos e figurações... eram a vida
que dava cor e música a finitude... desnundando-se,
vida no caminho na infinitude do instante quando a flor brota
nas cordas do coração, tanto quanto floreia nos ecos da imensidão...A vida é o bailado do tempo
entre as folhas que seguem o vento e
os amores que semeados eternizam-se nos roseirais do chão... a vida
anda e voa... brinca e adormece...
tecendo com as folhas caídas de u'a árvore a epopeia
de um novo sonho... um sonho de menino
na lágrima vertida quando na dor do presente,
se arde de saudade, saudade dóida do próprio amanhã...
A VIDA ERRANTE
Jorge Bichuetti
Andarilho descalço, entre pedras e espinhos,
vou colhendo na estrada... o assobio do vento,
as pedras anònimas e as flores que na margem
desenham sóis de esperança no meio das ervas daninhas...
Ninguém me vê... enquando eu... mergulho no horizonte,
esperando as mãos de Deus...e, nelas, migalhas de algum carinho...
Jorge Bichuetti
Quando criança, via Deus
no olhar sereno e terno, no
carinho silencioso sábio do meu velho avô;
hoje, com cabelos brancos
e carregando as asperezas das mi'as rugas,
o vejo no sorriso ingênuo e alegre de u'a criança...Vejo-o, invejando os passarinhos
que com Ele dialogam no idioma
das canções belas e nos sussurros poéticos
do incansável e peregrino Irmão Vento...O mundo me enlouquece... tão cheio de ruídos.
tão vazio de palavras e silêncios... são caminhosentre o desespero e a descrença, um vaso no altar
com flores murchas e velas consumidas no esquecimento...
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