Paulo Cecílio
tens a cintura fina e negra
assim com uma rosca sem fim
cabelos esvoaçantes plantados em névoas
como hidra como risomas invertidos penetram o céu
és a tempestade sou quem naufragas em tuas unhas longas
então sou cortiça sou isopor
para iludir teus olhos de fogo apagar tua sombra
guardar o sol nas minhas velhas gavetas entalhadas
poque sei que além de ti brilham as serpentinas de luz
confetes de estrelas milhares de sóis e tiaras de rubis perfumados
tua mão acaricia minha garganta há seculos: me preme o pomo de adao
distraido sempre me esquecço teus esconderijos:
o desprezo é teu muito querido.
és aquele olhar que nao ve
lingua inerte sorriso embaçado
como gostas do desprezo que te mimetisa
te abriga te esconde fazendo doer meu sorriso inútil
habitas a indiferença como se fossem almas gemeas
escreves cartas imensas tendo como apoio meus ombros
escreves cravando teu lápis afiado nos nervos de meu torso
nao há destinatário apenas há o gesto de desprezo descaso...
gostas de agitar minhas velas
rasgar meus panos
apagar meu dia
escorrer sobre os cardumes
que me seguem me alimentam
arrancas meus peixes com teu horror,
ó enganosa rosa de inverno!!!
um dia destes muito cansado
deixei-me tomar nos teus braços
e cheguei a me comover com o baço dos teus olhos
com teus dentes postiços tua ansia errática, tempestade de minha vida
abraço-te rápido um tanto um tempo que suporto um tempo que não sucumbo
porque nao deitas um instante nas areias fias das falesias
e dormes um sono rapido antes de soprar as dunas brancas?
nao nao podes:
tens que assombrar o mundo
envenenar o sangue dos incautos
merecer teu dia teu nome tempestá tempestá!
porque nao partes agora solta minha garganta
pra que eu possa dizer uma palavra só que seja
escorrer uma lágrima de advertencia a quem me vê
mostrar voce de frente, iluminar dos teus horrores???
entao lanças teu vestido negro teu hálito horrivel
cobres meus olhos devoras minhas latitudes,
deixa-me balbuciar de ti só pra rir do gemido
só pra dizer que nao existo so pra fingir que sou teu
mas nao. nao sou teu:
sou dos portais de cristal
dos olhos verdes da nebulosa do gato
desespera-te:
não esqueci de onde vim.
das luzes todas que pariram crianças
e cidades prenhas de alvoradas engasgadas de ternura
assim com uma rosca sem fim
cabelos esvoaçantes plantados em névoas
como hidra como risomas invertidos penetram o céu
és a tempestade sou quem naufragas em tuas unhas longas
então sou cortiça sou isopor
para iludir teus olhos de fogo apagar tua sombra
guardar o sol nas minhas velhas gavetas entalhadas
poque sei que além de ti brilham as serpentinas de luz
confetes de estrelas milhares de sóis e tiaras de rubis perfumados
tua mão acaricia minha garganta há seculos: me preme o pomo de adao
distraido sempre me esquecço teus esconderijos:
o desprezo é teu muito querido.
és aquele olhar que nao ve
lingua inerte sorriso embaçado
como gostas do desprezo que te mimetisa
te abriga te esconde fazendo doer meu sorriso inútil
habitas a indiferença como se fossem almas gemeas
escreves cartas imensas tendo como apoio meus ombros
escreves cravando teu lápis afiado nos nervos de meu torso
nao há destinatário apenas há o gesto de desprezo descaso...
gostas de agitar minhas velas
rasgar meus panos
apagar meu dia
escorrer sobre os cardumes
que me seguem me alimentam
arrancas meus peixes com teu horror,
ó enganosa rosa de inverno!!!
um dia destes muito cansado
deixei-me tomar nos teus braços
e cheguei a me comover com o baço dos teus olhos
com teus dentes postiços tua ansia errática, tempestade de minha vida
abraço-te rápido um tanto um tempo que suporto um tempo que não sucumbo
porque nao deitas um instante nas areias fias das falesias
e dormes um sono rapido antes de soprar as dunas brancas?
nao nao podes:
tens que assombrar o mundo
envenenar o sangue dos incautos
merecer teu dia teu nome tempestá tempestá!
porque nao partes agora solta minha garganta
pra que eu possa dizer uma palavra só que seja
escorrer uma lágrima de advertencia a quem me vê
mostrar voce de frente, iluminar dos teus horrores???
entao lanças teu vestido negro teu hálito horrivel
cobres meus olhos devoras minhas latitudes,
deixa-me balbuciar de ti só pra rir do gemido
só pra dizer que nao existo so pra fingir que sou teu
mas nao. nao sou teu:
sou dos portais de cristal
dos olhos verdes da nebulosa do gato
desespera-te:
não esqueci de onde vim.
das luzes todas que pariram crianças
e cidades prenhas de alvoradas engasgadas de ternura
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