segunda-feira, 19 de março de 2012

DIÁRIO DE BORDO: ENTRE ESTRELAS... O CORAÇÃO DO INFINITO..

                                          Jorge Bichuetti

Céu estrelado... Um vento silencioso, porém, ambíguo: despertando meu coração e deixando um frio na pele que chama-nos para o mundo do sono e dos sonhos... Os álamos num tremor musical, canto suave, quase inaudível... A multidão de rosas seguem florescendo miragens de amor e paixão... A quietude do meu quintal, me fez sentir na pele e na espinha da vida o coração do infinito...
Luinha me acompanhou com atenção... O escuro não lhe dá medo, mas a deixa pensativa...
De fato, a beleza da noite esperando o alvorecer é um místico caminho da vida se revelando desnuda; vida que se transforma... vida que baila e brilha apagando voraz as centelhas dos minutos...
O fogo da vida permanece no calor terno da terra germinando, na liberdade dos passarinhos que logo voarão...
Um novo dia... O tempo galopa lépido... Assim, urge saber o que queremos, pois ele voa e não nos espera na nossa indecisão..
Temos sido uma humanidade adormecida, letárgica, sonâmbula...
O tempo passa e nele, mergulhamos com nossa rotina... Vivemos por viver, arrastado pelo vício de repetir o já vivido...
Contudo, nas nossas mãos de artesãos do destino mora  os caminhos e descaminhos da vida e do mundo...
Tecemos a vida e o mundo... 
Por comodismo ou preguiça, quase todos os dias, não fazemos mais do que colar retalhos no tempo novo, não instalando na aurora uma nova vida... Uma vida de alegria e cores, sabores e carinhos...
A mesmice é o território paranóico da nossa segurança tímida e retraída...
Viver é experimentar novos sentidos na ousadia de reinventar caminhos e horizontes...
Seguimos com passos de lesmas... evitando o grande salto... O salto efervescente. A busca de novas experiências, novas encontros e novas alegrias...
Ali, acolhido pelo céu estrelado, sonhei...
Me vi destemido, valente e andarilho...
Consegui sentir que podemos viver mais: com mais intensidade; com mais boniteza...
Os álamos cantam... Nós evitamos o canto e a dança, o riso... Vivemos como se o tempo nos exigisse uma existência geométrica, matemática... Tudo na previsibilidade das expectativas interiores e exteriores que nos condicionam vida comum...
Há, no coração de cada um, uma estrela...
Ofuscamos nossa estrela com nossa vida cinzenta e numérica...
Como seria belo a vida , se ela compuséssemos com nossos passos e ações uma nossa música, a música terna e suave, guerreira e estelar, que fora no caminho a tradução dos nossos sonhos e utopias...
Viver, cantando... Viver um canto... Eis o processo mágico que nos tiram da mediocridade e nos singularizam estrelas bailarinas no caminho metamorfoseante da vida e do mundo...
Que canção nasce da nossa vida? Dos nossos atos? das nossas lutas?...
Inventemos um canto de paz.... de carinho e ternura... de paixão e alegria....
Inventemos um canto de solidariedade e vida metamorfoseante na produção criativa e ativa da vida como um audaciosa novidade...
Assim, numa explosão de amor, fundiremos o nosso coração com o coração do infinito...

5 comentários:

OceanoAzul.Sonhos disse...

Tão bom começar o dia lendo palavras que nos confortam e nos fazem pensar que o verdadeiro sentido da vida está muito longe de ser aquele que nós trilhamos...

É bom encontrar em palavras o que deveria ser o comportamento humano.

Busquemos o silencio...

abraço
cvb

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Oceano azul. Sonhos: a vida vai se tecendo entre sonhos. Meu carinho e sonhos azuis, jorge

paulo cecilio disse...

ASSIMETRIA DO DEVIR

como azuis sao as palmas das maos
de quem sonha asas de borboletas
sem destino
alvoradas de cafeína
lembranças que ainda virão
asas delta sob o vento
como os olhos de albatroz
voando plenas sob nós

paulo cecilio disse...

ASSIMETRIA DO DEVIR

como azuis sao as palmas das maos
de quem sonha asas de borboletas
sem destino
alvoradas de cafeína
lembranças que ainda virão
asas delta sob o vento
como os olhos de albatroz
voando plenas sob nós...

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Paulo, o devir é sim um borboletear azul na linha do horizonte. avs ternos, jorge