Jorge Bichuetti
O luar irradia magias,
implode as celas da razão...
Poesias sem palavras no silêncio
do orvalho matinal e dos sonhos
que saltam e ganham vida própria.
O luar é o altar das paixões;
a incubadora do porvir-arte
de martelar o horizonte e parir
nas rugas do infinito um mundo-criança
de alegrias, cirandas... fadas da compaixão...
Nos becos e no meu quintal, o luar acende
o fogo vivo da esperança... o fogão-de-lenha,
as carícias enamoradas... o cio da vida na roda
do mundo gira... caçando um ninho para se transformar
na humanidade terna e suave, rediviva nas floradas das manhãs...
O RUFLAR DOS ÁLAMOS...
Jorge Bichuetti
O vento orvalhado das manhãs
o escuto no ruflar dos álamos
que bailam, suavemente, entre
os ardores sibilantes da terra e
a magia encanatada do céu enluarado
e salpicado de estrelas... os álamos
enxergam, longe... para além do tempo,
nos confins da imensidão, eles veêm
as lágrimas aflitas na solidão dos desertos
e o canto de ternura nas flores silvestres
que margeiam as trilhas onde o porvir
germina no coração do cerrado as cores
da nova e bela primavera...
Acostumados a se despirem de suas folhas secas,
os álamos conhecem o que negamos na nossa cinza rotina:
tudo passa... o vento sepulta o passado e depois, carrega
no seu bailado peregrino a aurora fecundante de uma nova era...
Assim, a vida frutifica na alquimia das manhãs ternas
novos caminhos... o horizonte onde a própria vida tudo recomeça...
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