Jorge Bichuetti
Tudo está demasiado quieto... Minhas malas fechadas... meu cassaco... penso que sabem que irei partir... Tento abraçar, mas Luinha foge... Não gosta de adeuses... Explico-lhe que Aracaju é perto... perto do mar, das águas morenas... Ensimesmada, noto-lhe o ciúme no olhar...
Os passarinhos cantam... Eles são andarilhos, e errantes conhecem o céu que tudo une numa mesma imensidão...
O amor é a ternura que desconhece a distância; é elo que ata vidas... o amor é u'a ponte entre almas; u'a fonte de vida que multiplica nascentes para ser também um barco que ternamente é cais e oceano...
Navegar é preciso...
Aprendi amar Aracaju... Só não sei ficar longe dos olhinhos miúdos da minha Luinha que me tem sido o carinho diário e companhia permanente de todas aventuras...
Lá, sentirei a alegria nordestina: o devir guerreiro de um povo Lampião que semeia vida musicada pela ousadia de Maria Bonita...
Aprenderei a dançar forró?... Não sei...
Viverei... Viverei...
Viajar é desenraizar nosso ego e aventurar-se na experimentação da vida florida noutros campos, noutras travessuras, noutro modo de ver, sentir e versar o luar...
Um voo no outro... Depois, a volta... o reencontro, a certeza de que a vida não se perdeu nos descaminhos do destino, amplificou-se... acercou-se das ondas que mareiam o devir humanidade...
De lá, escreverei... Mas, não ensinei a comunicação pelos rabiscos das letras a minha pequena Luinha...
Assim, voo, vou... acreditando que com ela mora no seu coração de anjo a certeza: a incondicionalidade do meu amor...
Tudo passa - entre partidas e chegadas - mas o amor permanece nas floradas da ternura que é o orvalho de suavidade do próprio infinito...
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