ENSAIOS SOBRE A LOUCURA/ PARTE 1
Paulo Cecílio
palavras,
palavras são tijolos :
no inicio era apenas o verbo.
ah! se nesta hora estou!
diria: nenhum bebê sera condenado!
e espalharia brilhos e luzes tao explosivas
que mesmo quando a lingua dos homens
criasse a palavra escuridao, ela nada significaria...
metralhadoras sao palavras
que pousam pranchetas de generais
e irrompem de tinta sangue e chumbo
os passos de receptores virtuais distraídos
muito me angustia entrar em estado de escrita:
fico sem folego
minhas energias se dissipam
so de ver a sopa original o mar de palavras
que levitam rindo dos meus poucos dedos
sei que não posso dize-las todas
e engulo minha angustia,
como fazem os mortos.
o segredo é este:
mortos não existem porque desabitaram
o oceano das letras e se calaram talvez indignados
ou apenas cansados de tanta crueza
ou existem,
mas no mundo que está antes do verbo
e parece ser isto que nos fascina e assusta:
porque somos de lá. estivemos sempre lá. sabemos como é...
aquilo sim é eternidade : um lugar de palavra nenhuma
que faz gautama ficar sentado com seus dedos fechados
mandando tomar todos no cu até que alguem me esqueça
estou sorrindo agora sob a força das palavras
que brincam na meditação do mestre fazendo sons quaisquer
as palavras fazem o que querem:
dai que os mortos despacharam as palavras. ponto
palavras são tijolos :
no inicio era apenas o verbo.
ah! se nesta hora estou!
diria: nenhum bebê sera condenado!
e espalharia brilhos e luzes tao explosivas
que mesmo quando a lingua dos homens
criasse a palavra escuridao, ela nada significaria...
metralhadoras sao palavras
que pousam pranchetas de generais
e irrompem de tinta sangue e chumbo
os passos de receptores virtuais distraídos
muito me angustia entrar em estado de escrita:
fico sem folego
minhas energias se dissipam
so de ver a sopa original o mar de palavras
que levitam rindo dos meus poucos dedos
sei que não posso dize-las todas
e engulo minha angustia,
como fazem os mortos.
o segredo é este:
mortos não existem porque desabitaram
o oceano das letras e se calaram talvez indignados
ou apenas cansados de tanta crueza
ou existem,
mas no mundo que está antes do verbo
e parece ser isto que nos fascina e assusta:
porque somos de lá. estivemos sempre lá. sabemos como é...
aquilo sim é eternidade : um lugar de palavra nenhuma
que faz gautama ficar sentado com seus dedos fechados
mandando tomar todos no cu até que alguem me esqueça
estou sorrindo agora sob a força das palavras
que brincam na meditação do mestre fazendo sons quaisquer
as palavras fazem o que querem:
dai que os mortos despacharam as palavras. ponto
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