A CADEIRA VAZIA
Paulo Cecílio
pousa num sábado.
sem aviso, chega muda,
lembrando as curvas da vida,
o calor dos que, dos que virão.
ah! como fala uma cadeira vazia:
talvez pense na mata de onde foi arrancada,
quando o vento passa pelas frestas de sua madeira,
como arrancadas de mim foram cadeiras que ainda pulsam...
RENÚNCIAS (releitura)
Paulo Cecílio
A PRIMEIRA RENÚNCIA1/4
Veio a primeira chuva e me molhei:
senti frio, ouvi trovões.
Veio o sol, e me queimei.
Perfumes vieram sem nome.
A fome foi um engano.
Do tato, feriu-me o espinho.
O nome das cores era mudo.
Carinhos, ganhei do vento.
Não houve acalento,
que me apresentasse o mundo...
A SEGUNDA RENÚCIA 2/4
NUMA NOITE,
AINDA SORRINDO,
ELA PARTIU NUM VÔO CURTO.
A TERCEIRA RENÚNCIA 3/4
TODO DIA ELA PARTE UM POUCO...
A QUARTA RENUNCIA. 4/4
...
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