sábado, 10 de março de 2012

POESIA: ASAS DE UM POVO...

                 MEUS ÍNDIOS NO PAIOL
                                  Jorge Bichuetti

menino e gente grande, sempre quis ser
um índio... corpo pintado entre árvores,
liberdade sonhadora nas noites de luar.


agora, choro... sou índio na lágrima e
nas muitas dores que os vejo carregando,
na luta que levam pelo verde e pela vida...


querem os meus índios num paiol,
entre o sono de pesadelos da vida
engaiolada pelos ferros do progresso...


eu e meus índios, somos pura sede:
nos querem fotografia, ossos de museu...
pássaros no deserto dos riachos assasssinados...


                                 PRETO VELHO
                                       Jorge Bichuetti

Cabelos brancos, corpo cansado
na labuta do caminho... nas feridas
da chibata... na vida de muitas e incontáveis sauddades...

Mas não largo meus amuletos
onde sonhos e esperanças resistem
na solidão de cantoria da velha e insurgente senzala...

Sou um Preto Velho nas milongas da Utopia;
sou o corpo latinoamericano que nas veias
abriga os sonhos e magia da nossa Mãe África...


                              MENINO DE RUA
                                         Jorge Bichuetti


No olhar tímido e triste
dos meninos de rua, eu
me encontro... alegria travessa
na desamparo da fome e da sede,
a loucura criança que delira no entardecer
sonhando com doces e pipas... no vazio sacro
da saudade que cresce, dia-a-dia, no desejo
de poder chorar e sorrir
num  colo de mãe...

2 comentários:

Anônimo disse...

O Preto Velho, ele tem uma aura... Bença, Pai.
O menino de rua, ouço Preto Belho dizer, seja forte fio, olha eles e estende a mão.
O índio, difícil, dilema... li este link.
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,indios-vendem-direitos-sobre-terras-na-amazonia,846989,0.htm
Abraços,

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Amigos, somos excluídos chegam nos afetando e abrindo clareiras no coração da vida. abraços ternos e sonhos azuis, jorge