quarta-feira, 14 de março de 2012

SOCIEDADE DE AMIGOS: NA POESIA DE PAULO CECÍLIO; UM POVO NAS SOMBRAS TERNAS DE UM CEDRO...

ORAÇÃO AO CEDRO


vejam quantos bebês estão aqui entre nós.
passei os últimos trinta anos dizendo aos meus filhos sejam tolerantes, ouçam o que seu irmao está dizend, não deixem que o ressentimento bote raiz nos teus corações...
assim, quando o universo permite que estejamos todos sentados com a mesa posta, alegro-me com o som dissonante que ecoa entre vozes que se amam.
meus meninos carinhosamente me chamam de advogado do diabo: estou senpre do lado "errado". então temos ai ateus religiosos duvidosos e minha santinha budista...

hoje aqui estamos reunidos em dezenas de dezenas, e insisto: vejam quantos bebês há neste encontro.
aqui estamos por motivos vários, mas não percamos de vista nossos bebês:
eles nos verão sentados todos em mesas conversando, mostrando gostos diferentes, roupas diferentes, partidos diferentes, artes diferentes: artes culinárias, pintoras, doutores, ensaistas, câmeras fotografando, mas principalmente estaremos inoculando a mais nobre vacina, deixando o mais nobre exemplo que podemos deixar para nossos descendentes:
o exemplo do amor acima dos ressentimentos, da tolerância acima do ódio, do respeito acima da mesquinhez
digo aos brotos todos aqui presentes bem alto: as raízes enterradas bem no fundo desta terra abençoada é que mantém seu viço vigor e os alçam ao sol, ao céu azul:
então obrigado pelos mais idosos, pelas raizes que nos alimentam, obrigado.
...e nunca nos esqueçamos dos que ja nos deixaram nesta breve jornada: eles que estão agora e sempre, mais que nunca vivos em nós, são tambem nossas eternas raízes, nao perecerão enquanto formos capazes de nos sentar-mos na mesma mesa, enquanto compartirmos histórias, estórias, lendas, tradições, e inovações cibernéticas...
aqui cabemos todos os que trouxeram apenas seu coração. deixando lá fora os detalhes que adoecem os fracos de caráter.
não nos esqueçamos de quem somos,
e teremos nas mãos o santo graal da ternura, da superação, do entendimento, do recomeço, da benção ao filho.
como é bom ou
, não estamos sós, somos uma grande familia, um grande carvalho com raizes profundas tronco firme brotos viçosos e sementes íntegras.
que todos possamos dividir esta grande fruta chamada vida.

que estejamos juntos ano que vem.
que estejamos juntos quando não mais aqui estivermos, pelos olhos dos olhos, das sementes de nossas sementes...
amém.
vir meu pai dizendo: vai com deus meu filho!
como é bom ter no colo netos que verão estampados nosso brilho nos olhos, nosso encontro, nosso triunfo sobre a escuridão e o esquecimento.
como é bom saber que num mundo em que muitas vezes temos já dificuldades de compreender

2 comentários:

Concha Rousia disse...

Gosto imenso das paisagens que descreve com palavras e fotografias imaginárias, me identifico com os espaços que cria a sua escrita, adoro ler, a Utopia é casa para mim... Abraços com carinho para ti Jorge, e para o Paulo, Concha

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha, minha ternura e carinho com a alegria de vê-la poesia altiva dos caminhos libertários, abs ternos, jorge