VIDA PASSARINHEIRA
Jorge Bichuetti
Entre pardais e andorinhas,
um esbelto sabiá... colorido e altivo;
porém, ali, bebendo água na mina do meu quintal,
era mais um... pássaro sedento num voo de liberdade...
Piava alegre na sede que se aquietava,
humilde... bebia sua água:
não orgulhava de sua beleza,
nem ofuscava seus companheiros
com a suavidade terna do seu canto...
Matava sua sede num peregrino voo...
A sede e fome nubla os apelos do narcisismo;
os pássaros nômades mergulham na vida, vida
passarinheira... que cisca grãos e águas cristalinas...
Não necessitam de espelhos, nem se eternizam
no belo cristalizado nas luzes de u'a fotografia...
Voam, passando... Voam, semeando...
E fazem das migalhas de pão caídas no chão
uma riqueza comum... um tesouro divino,
que irmana crentes e ateus, aristocráticas aves
e os vadios passarinhos que encantam anônimos
o esplendor do alvorecer...
NÔMADE
Jorge Bichuetti
Nômade, o caminho é meu lar...
Carrego as poesias e canções
que gravadas na memória são
as vozes habitantes do meu solitário coração...
Voo no horizonte, longe da solidão...
Movimento- me com vento e, assim,
trisco o coração singelo da ternura
que é vida das flores, riachos e dos amores,
esta força cósmica que corroi o espaço e o tempo,
quebrando distãncias, grávidas de ternura,
voo livre... elo perdido no viço da solidariedade
que me faz tribo... um pássaro na multidão...
ANDARILHO DA POESIA
Jorge Bichuetti
Ando no fluxo dos meus versos:
não tenho pátria nem destinação...
Escrevo linhas de compaixão e
passo... buscando o luar e a aurora:
a minha sede de infinito me leva e eu
sigo... no vento, pois sei que em algum lugar
encontrei o o ninho se se dá a procriação
dos sonhos azuis... a vida de ternura e o amor
da vida de partilha e comunhão... voo no porvir,
entre a verde relva e as profecias de magia e fé
que moram no coração das estrelas e brilham na imensidão...
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