domingo, 25 de setembro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: O IMPOSSÍVEL É O POSSÍVEL... NOS ENCANTOS DO LUAR...

                                        Jorge Bichuetti

Belo Horizonte... Devires, intensidades... Um rizoma terno, elos na ternura da amizade...
Aqui, longe e perto, sinto-me um estrangeiro... Ontem, a Internet não me conectou... Hoje, misteriosamente, ela me abraça para que possa estar neste espaço: a ilha da Utopia Ativa; meu lar...
Miro a torre da Igreja São José com suas árvores... Não posso com a saudade... Mas, como é bom ter saudades... Meu corpo pulsa, canta e versa... na alegria de estar vivendo bons encontros, produções inventivas de afirmação da vida; sabendo que um ninho me espera... então, ouso voar...
Penso que no sossego dos dias próximos, poderei narrar um pouco do que está sendo a beleza ética e estética do III Congresso Internacional de Esquizoanálise e Esquizodrama. Saúde Mental e Direitos Humanos... agora, pensarei somente numa nuance que encantou: a ruptura com a vida pensada e vivida no reino do possível dado pelo poder, pelo realismo restritivo e castrador... é possível ousar e inventar a vida e o mundo no mais além... para além dos limites instituídos que são tão somente o interesse do sistema de se perpetuar nos tendo apáticos, acomodados, servis... atrofiados... longe, das alegrias que brotam quando se aventura no criar e parir uma vida nova, colorida e alegre, de amizade e ternura, de poesia e de compaixão: solidariedade que floresce nos caminhos da ousadia; sonhos vividos na carne, tecidos nos atos; pensados para o presente que de tão diverso já é opróprio porvir...
Sentindo, visceralmente o vivido... não consigo entender porque vivemos uma vida esquartejada, se a podemos vivê-la inteira, mergulhando no mar da liberdade e voando entre estrelas e luares que encantados agenciam amores de intensidade, amores de partilha e cumplicidade, amores cósmicos na dimensão de serem amores que borboleteiam na primavera que nasce da própria humanidade, humanidade ativa que audaz diz não, diz não ao conzento e medíocre, diz não ao individualismo que nos joga nos abismos da solidão...
O consumo não pode ser, não ser mais, valor de realização quando vemos que nossa pele anseia por experimentações e construções da vida-caminho na arte de ser para amar, nas artimanhas de ser um perene alegrar-se...
Quase sempre queremos mais dias na vida, rezando ao deus da tecnologia o elixir da eternidade...
Mas, poedemos acessar a eternidade nos permitindo buscar mais vidas nos dias vividos...
Labirinto da história... Viver inteiro, ousando amar e se dar azulados pela imensidão... ou viver acorrentados, vida pela metade, vida de evitação da vida que é alegria, trocas e comunhão, diversidade e ramificações, florescências de uma permanente primavera que em todas as estações, vê e sente o nosso próprio corpo florescer na singularidade de ser na luz de cada instante o brilho de um novo alvorecer...

4 comentários:

Concha Rousia disse...

Adoro que esse teu lar tenha esta janelinha pela que podemos espreitar os teus contos, os teus ralatos e reflexões, e por onde deixarte um carinho de palavras... a interromper essa linda saudade, eu tb quero dizer não ao individualismo que nos joga nesse abismo da solidão... que lindo isso de 'viver inteiro, dar mais vida aos dias vividos...' E me declaro super-ateia do deus da tecnologia, belissima cronica-reflexão... Abraços com toda a minha ternura, Concha

Mila Pires disse...

Jorge...E no luar nos encantamos e cantamos canções de alegria, amor e paz!
Beijos...com carinho...Mila.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Concha: são ninhos enichos das nossas almas de pasarinhos; abs ternos

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Mila. somos a tribo do luar... abs ternos. jorge