quarta-feira, 21 de setembro de 2011

POESIA: FLORES E O VENTO NA CORRENTEZA DO TEMPO...

                                   FLORES DA MANHÃ
                                                    Jorge Bichuetti


No orvalho da noite, as flores
aspiram vida em gotas de orvalho,
sonham com a alvorada, ébrias de
ternura... como mãos maternais 
que embalam , suaves, os filhos
das estradas de agonia, 
tristeza e devastação...


As flores da manhã anunciam
uma nova alegria, vencendo 
a escuridão...


As dlores da manhã profetizam
na música do novo dia; o clamor
transversal que cruza o infinito
e, entre lágrimas, elas esperam 
o tempo da compaixão...


                        A MÚSICA DO VENTO
                                  Jorge Bichuetti

O vento canta a música
do tempo; ecos dos milênios,
que no ruflar das folhas
suussurram as dores -
mártirio das miltidões...

No vento, canta o índio;
choro e lamento... um povo
oprimido na terra que era lar,
um povo insurgente, 
porém, triste
na memória do 
sangue derramado;
mas,  persistente, canta... 
a esperança
das matas verdejantes 
dos rios cristalinos
da caça e da pesca
das noite de luar...
Cantam a vida singela,
que era sonhos do natureza
entre a luta e o amar...

O dor dos negros escravos 
melodiam no 
tamborilar do vento
a história da escravidão;
chibatas e torturas 
ecoam na música
que desvela, para sempre, 
a nudez
da cruedade, da vileza, da ganância...
séculos no tempo... 
com a vida acorrentada
na servidão desumana, 
que, entre soluços,
era carne dilacerada 
no escuro sinistro 
da própria ignomia;
lamento... da vida... 
remorso da negação....

Eis o que canta vento....
Ele é choro no tempo:
um grito indignado de rebeldia e cólera;
um eco das dores do mundo,
silenciadas na opressão...


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