Jorge Bichuetti
No orvalho da noite, as flores
aspiram vida em gotas de orvalho,
sonham com a alvorada, ébrias de
ternura... como mãos maternais
que embalam , suaves, os filhos
das estradas de agonia,
tristeza e devastação...
As flores da manhã anunciam
uma nova alegria, vencendo
a escuridão...
As dlores da manhã profetizam
na música do novo dia; o clamor
transversal que cruza o infinito
e, entre lágrimas, elas esperam
o tempo da compaixão...
A MÚSICA DO VENTO
Jorge Bichuetti
O vento canta a música
do tempo; ecos dos milênios,
que no ruflar das folhas
suussurram as dores -
mártirio das miltidões...
No vento, canta o índio;
choro e lamento... um povo
oprimido na terra que era lar,
um povo insurgente,
porém, triste
na memória do
sangue derramado;
mas, persistente, canta...
a esperança
das matas verdejantes
dos rios cristalinos
da caça e da pesca
das noite de luar...
Cantam a vida singela,
que era sonhos do natureza
entre a luta e o amar...
O dor dos negros escravos
melodiam no
tamborilar do vento
a história da escravidão;
chibatas e torturas
ecoam na música
que desvela, para sempre,
a nudez
da cruedade, da vileza, da ganância...
séculos no tempo...
com a vida acorrentada
na servidão desumana,
que, entre soluços,
era carne dilacerada
no escuro sinistro
da própria ignomia;
lamento... da vida...
remorso da negação....
Eis o que canta vento....
Ele é choro no tempo:
um grito indignado de rebeldia e cólera;
um eco das dores do mundo,
silenciadas na opressão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário