ESTAÇÃO 55
Paulo Cecílio
em teus trilhos dormentes,
adormecem dores do mundo:
locomotivas lançam em ti,
os suicidas que esmagas.
bebes sangue em silencio.
enxugas lagrimas,
sustentas despedidas,
beijos sifilíticos,
acolhes prostitutas...
riscam teus olhos,
percorrem teu corpo,
arrancam teus cabelos,
longas locomotivas...
suporta todos os segredos,
partilha todas as dores,
e nada dizes...
tomas no colo
desencontros hamletianos,
palavras mortas de surpresa,
capturadas na porta dos lábios,
e nada dizes...
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