ENTRE CANTIGAS
Jorge Bichuetti
O mar canta ondeando,
abraços e carícias
que penetram no cio da terra,
germinando novas alegrias
entre conchas, castelos de areia e um
barco, esperando a hora de ir navegar...
O vento rufla nas folhas
a sinfonia da vida; baila
e rodopia, feito menino:
um sereno carinho,
afago na pele da vida...
As flores e os passarinhos se dão
à alegria: fertilizam os sonhos
e dão leveza aos caminhos
que são as trincheiras
das lutas cotidianas...
onde tudo está por-vir -
o ontem mumificou-se...
o agora, arde
na textura das têmperas guerreiras...
e o amanhã que é aurora...
voa, espera , se inquieta...
é a grande alegria
da vida engravidada,
esperando no parto...
a semente encantada
no azul do horizonte, nas noites de luar...
HOUVE UM DIA...
Jorge Bichuetti
Houve um dia
de medo e de lágrimas;
escura noite... numa gruta,
longe, das bênçãos do luar...
Houve um dia
de tensão e agonia;
longe... na escuridão
das velas apagadas
das rezas silenciadas
da vida fenecendo
num canto da tristeza,
que era vida ferida;
nos sonhos, vida negada...
Agora, há um novo dia:
nada mudou... porém, a vida
já cansada se pôs nos braços
da esperança... e brinca,
é vida criança... tecendo
nos quintais... um sol de flores,
aves e poesias... que será luz perene
no coração enternecido
da vida das utopias...
Eis que num canto
a vida arquiteta
o fim das cinzas tristes;
o fim da escuridão...
III CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESQUIZOANÁLISE E ESQUIZODRAMA- 23, 2 E 25 / 09 / 2011 -BH -MG, BRASIL
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