Jorge Bichuetti
Dia claro, céu azul... Na alma e no coração, uma sensação de alegria... Foi triste a caminhada, porém, valeu sonhar, lutar, ousar crer na luz de um novo dia.
A Lua não compreende seu pai: cheio de canções... recordações... Uma vida e uma história: amigos, sonhos, batalhas... Uma longa caminhada: nela, a descoberta do valor de uma vela na escuridão...
Penso nos tempos difíceis da ditadura militar, mas, também, penso na nossa vida cotidiana.
todos nós vivemos dias de densas e espessas nuvens que nos coloca imersos numa profunda escuridão...
O sol voltará... todavia, enquanto esperamos a sua volta, acendamos uma vela...
... Uma vela na escuridão.
Todos nós possuímos velas no arquivo da nossa vida.
Um livro, uma canção, um diálogo, uma oração...
Um minuto de contemplação da beleza da natureza... Um segundo de silêncio...
Um pensamento, uma imagem...
Temos nossas velas: aquilo que nos suaviza as agruras da angústia, o que nos faz menos tristes nas horas do pranto copioso e ferido, algo que nos reergue do chão, inspirando-nos fé e esperança, novamente...
Velas acesas na escuridão...
Um pequeno clarão, porém, embora dimunto, suficiente para que enxerguemos a estrada e caminhemos. Caminhando no próprio caminho, descobriremos e inventaremos o necessário: saídas, inovações, superações, novas flores e novos luares...
Quando olhamos para trás, quantos problemas e dificuldades nos pareciam eternos e insolúveis?... No entanto, pouco a pouco, com paciência, tolerância, persistência, resistência e luta fomos dando solução e inventando saídas, descobrimos novos sonhos e nos permitimos crescer e nos fortalecer num devir guerreiro que nos deu ousadia e valentia, firmeza e determinação, tornando o que era impossível um problema e uma pedra do passado, pois, alçamos voo e alcançamos o porvir: um novo dia, de claridade, cheio do azul da paz e do verde da esperança...
Não se supera um momento de lágrima e dor, parado, estagnado, cristalizado na fragilidade, na queda, na ferida... Caminhando já não mais só feridas... Somos feridas e cicatrizes... Uma argamassa que nos revela a nossa vulnerabilidade singular da nossa própria humanidade; contudo, igualmente, nos mostra nossa capacidade de refazimento e de reinvenção da vida e dos caminhos, dos horizontes e dos sonhos...
Resistimos... Reinventamos a vida e mundo... Sobrevivemos... Aspiramos o ar remoçada de uma nova aurora...
Porém, só aí chegamos, se na escuridão acendemos uma vela...
quinta-feira, 31 de março de 2011
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4 comentários:
Já sinto saudades,
mesmo sabendo,
do seu espirito,
então mergulhado,
em tal velocidade,
no fundo, bem profundo,
de um abismo azul,
voce invisível, no mar.
Procuro,busco
azul marinho,
cabelos brancos,
ondulando na água.
Que não dure a distancia
Já lacrimejo a falta,
já some a esperança
mas ressurja amor!
De bjo
Meu querido irmão de caminhada,PAZ,BEM E MUITA LUZ! sua poesia, suas produções literárias são GRANDE LUZ PARA SEUS LEITORES. Você tem a singular capacidade de ser o tradutor das vivências e sentimentos das almas errantes, militantes, guerreiras, irremediavelmente sonhdoras e utópicas. Seu texto de hoje é a tradução da resiliência de todas as pessoas que apesar dos pesares, apesar de experiências dificílimas conseguiram produzir luz, fraternidade, esperança, paz... arrisco-me até a dizer que é alquimico: a formula para viver com alegre produtividade. Devemos compartilha-lo com todos principalemnte com a juventude atual que está tão carente de grandes causas e desafios. carentes de luz para seu caminho. veio-me ás telas do pensamento uma músicA antiga que se canta nas igrejas ao receber o evangelho:
"SUA PALAVRA É LUZ
PARA OS MEUS PÉS ;
LAMPADA PARA O MEU CAMINHO "
Um grande abraço repleto de luz, gratidão e amizade.
Augusta
Denise, que a sua poesia lhe dê um caminho de produção e criatividade são os meus desejos... Paz. Abraços Jorge
Augusta, o poema Augusta Libertação é teu... . Uma singela homenagem a uma verdadeira guerreira e uma amiga de todos os dias... Escreverei sempre pensando no caminho e na libertação.
Obrigado pelo carinho, Abraos com ternura, Jorge
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