sexta-feira, 18 de março de 2011

POESIA: SUSSURROS DO TEMPO

                                          ALFORRIA
                                                         Jorge Bichuetti

Livre, canto e clamo
a alegria
a nostalgia
os sonhos perdidos
e os dias de saudade...
Vivemos, um para o outro,
numa completa harmonia...
O adeus chegou marcado
de luto
lágrimas
desespero
e revolta....
O tempo tudo concertou...
O amor vivido já não podia
seguir um amor qualquer;
fomos o ápice da paixão,
todo um céu de ilusão...
Assim, nos separamos...
Não cabia o mediocre,
onde a vida havia sido
um jardim de felicidade.

O tempo tudo consertou...
O adeus era o amor
com sua carta de alforria;
para que não morresse
de tristeza e agonia...

Assim, o temos: nosso amor perfeito,
nossa temporária, mas, sublime alquimia...


                          UMA CANÇÃO
                                                  Jorge Bichuetti

A vida é uma melodiosa canção...
Onde as folhas bailam com o vento;
e as borboletas com as flores...
Na noite, é serenata, é seresta
de luares iluminados
e estrelas faiscantes...
O riacho tamborila entre pedras;
e as cachoeiras ruflam intempestivas...
Sons, ruídos, uivos...
Trinados de pássaros altivos,
e vozerio singelo dos bichos dos quintais...
Uma canção dedilhada
num pianíssimo destino;
ou orquestrada pelos sopros
das labaredas do tempo...

A vida é um canção...
O homem, uma poesia...

E arte de viver é, tão-somente,
poetizar a vida e cantarolar
nossos caminhos e sonhos...


                                  MEU CORPO
                                                    Jorge Bichuetti

Menino, era de brincar;
Jovem, se pôs a amar...
Adulto, vivia suado;
agora, envelhecido,
aprendeu, finalmente,
a sonhar...


                                        PAZ!...
                                                Jorge Bichuetti

Moinhos de vento,
pajelança... ervas
do quintal...
Uma rosa branca,
quilombolas... asas
de pardal...
Poesias de amor,
mandigas... Sonhos
no varal...

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