SEM PORTO
Paulo Cecílio
Navego ego como um planador sem rota
no vento busco o cheiro de estrelas
rezo abraço o cosmos em angústia êxtase
tempestades folhas ondas na relva
escondo os olhos lábios apertam palavras
mastigam desejos repetem saudades
quando chegar onde não vou ruir
toda a angústia de um só golpe
terminar a tarefa descansar dormir
navegar em paz
o mar crespo grita comigo
calendário molhado o tempo é curto
ilusões metais fuligem tchaus
mas onde está o horizonte azul cinza amarelo
sol leste desancorado ao vento nuvem a deriva
entendo : sou pássaro sem pouso
então autorizo uma lágrima que paire
que voe,
que regue, que morra em pleno espaço. SE VÃO...
Paulo Cecílio
Domingo poente:
o ninho em silêncio.
Ecoam no ouvido,
risadas recentes,
salpicadas de farinha.
Crianças de barba,
vestidos de moça,
sandálias esquecidas ...
No chão da sala,
almofadas/colchões,
ainda quentes...
..........................
A lâmina que mata
maltrata a pele,
profunda, se esquece...
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