sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ASSIM, CAMINHA A MINHA HUMANIDADE...

                                      Jorge Bichuetti

Ressoa com encanto o texto da amiga poetisa Concha Rousia... Escrevemos, vivemos... mas, raramente, flui na palavra a nossa humanidade... O humano demasiado humano que compõe cada uma de nossas vidas... Nossos eus, paridos e não-paridos... o emaranhado de nossas limitações e potências, frustrações e sonhos...
Escrevo, dialogando... com você, com meus muitos eus, com amigos, com a natureza, com a vida ... e com a utopia...
Há muito desencantei-me com os palcos cintilantes da academia... Já não me seduz o neón, a purpurina... Descobri novos encantos, novas magias... persigo o brilho da vida que pulsa no coração da nossa mãe Terra... busco o outro mundo... não um além... o outro mundo que podemos construir , tecer, compor na poética da mudança revolucionária, aqui, no chão que hoje recolhe as lágrimas da multidão dos excluídos... e o alucino Terra Prometida, chão florido, num perene cirandar da alegria do amor que se plenifica na boniteza do se dar...
Luto, guerreio... Leio poesias, escuto canções... Conversa com a Lua e me permito seguir no caminho como um humilde filho do luar...
Sofro, mas suporto meus defeitos... Os corrijo: ora, de prontidão; ora, letárgico... Mas, me percebo inacabamento... e, assim, caço meios de ser um mais, um além... Mais amor e ternura por obstinação; um além do humano por bravura de voar nas dimensões da vida remoçada que encontro anunciada no canto dos passarinhos, no brilho das estrelas, na perseverança do rio, na generosidade das árvores... e no esplendor do infinito...
Ando negando minhas frustrações: nelas vejo o vozerio desafinado do meu ego... Aceito-as... e caminho, renovando meu olhar e e experienciando novos passos, sempre me dando o prazer de caminhar seduzido pelo azul do horizonte...
Erro, caio, equivoco-me...  Nada disso anda tendo muito valor... Roga ao vento e ele leva consigo a poeira do chão... e de ânimo novo, recomeço...
Não quero grandeza nem perfeição: procuro o esforço ético e um existir impregnado de sentidos, sentidos tecidos na magia dos meus sonhos...
Assim, caminha minha humanidade... Assim, tendo desfazer da minha desumanidade...
Sonho. Poetizo... Cultivo o  canto da aurora...
Simplifico a minha vida, por esperteza... quero mais liberdade, quero os voos estelares...
Adubo os germes da ternura e da compaixão... porque desejo seguir com minha gente num vagabundear de solidariedade e partilha... seresta-oração.
Não sou humilde nos meus sonhos: o mundo que desejo e sonho é um mundo de encantos sublimes: amor e paz, compaixão e ternura, suavidade e generosidade, liberdade e justiça... um mundo de arte e magia...  um mundo onde o brincar e o sonhar componham no dia-a-dia uma sinfonia que na transversal do tempo nos dê a beleza de uma rosa e a grandeza da fogueira que alimenta a roda no cantar alegre dos amam existir para navegar no oceano do devir...


5 comentários:

Augusta carlos disse...

Querido amigo, somos vagabundos sonhadores, solidarizando e partilhando da utopia ativa que nos move.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Augusta: nossos sonhos no caminho nos dão o aconchego do horizonte azul.... abraços, jorge

Gabriel disse...

Acredito na paz e na beleza da busca por uma vida que valorize o que temos de mais belo, nossos sonhos, arte e amor...

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

gabriel, também creio e vivo esta busca entre sonhos e lutas... poetizando risos e lágrimas, mas nunca perdendo o alvorecer... abs ternos, jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

gabriel, também creio e vivo esta busca entre sonhos e lutas... poetizando risos e lágrimas, mas nunca perdendo o alvorecer... abs ternos, jorge