sexta-feira, 23 de setembro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: NO HORIZONTE, A SAUDADE...

                                      Jorge Bichuetti

Belo Horizonte... Longe do meu quintal... Entre livros e a espera... Logo, reencontrarei meus amigos, ammigos de toda uma vida... Dói a saudade da espera, misturado com a falta que sinto da companhia da minha pequena Luinha... Do quarto do hotel, escuto a rua... O frenesi da cidade grande... Do meu lado, a torre de uma Igreja e árvores... O céu azul... me transporta e como se ele fossse sempre o mais cristalino espelho vejo... a vida e o tempo... o correr da vida, um perambular de riacho: andar lento acelerado pelo intempestivo, as correntezas, as cachoeiras... e, depois, de novo, a lentidão de ir, passo a passo, querendo o mar já vivendo o êxtase do encontro, só na ousadia do buscar...
Quanta saudade!...
Guimarães Rosa crê: "que saudade é ser, depois de ter"
A saudade, no meu coração, é precisão... Preciso de... algo me dá vitalidade... vozes me soam como se a vida me maternasse na perenidade dos carinhos eternos...
A saudade dói porque é ânsia... ânsia de materializar presença quem nunca esteve ausente... Mas, então, é esforço de conseguir visibilidade, toque, palavra e silêncio, olhares... Um ser com... nas trocas que nos tecem multidão amorosa, ternura partilhada...
Há amigos que sou parte do que somos...
Há amigos que nos expandem... outros nos complementam... outros e todos são ecos, ecos do passado e do futuro... mas, acima de tudo eco da imensidão... O infinito é a eternidade dos elos azulados na ética da amizade...
Gueto, simbiose e parasitismo não são experiências de amizade... Neles, a saudade é a maldita falta...
A saudade é carência de excesso... um plus a mais no que pode o amor... Desejo de abraçar e no abraço, reinventar novos carinhos... Desejo de prosa e no prosear parir-se novo, devir...
A falta mata, a saudade não...A saudade é a fertilidade mantida que anseia o encontro para nomear os fluxos que ocorrem, vivificam e energizam; porém, num devir imperceptível...
Hoje, os verei... que direi?...
Uma breve lamúria, pois não podemos deixar de marcar na vida nossa dificuldade, e a distância é ainda uma dor... Contudo, talvez, falar da presença permanente... dos diálogos virtuais  - reais - quando dialogando com o vento, escutamos a palavra e sentimos as carícias da pessoa amada...
A amizade é ser com... na ternura e na suavidade... de criar caminhos e sonhos... de mãos dadas... mesmo quando a vida nos obrigue a romper a distância, expandindo o nosso coração...

6 comentários:

Vid@cigana disse...

Querido Jorge!

Tenha uma excelente estada em BH. Nos vemos na volta....
Abraços Ciganos

Claudia Sousa disse...

Na fila demorada do checkin, leio suas palavras e a saudade cresce.
A primavera chegou! O céu de Brasília está maravilhoso e surpreendente como sempre.
Há um desejo: o de oferecer o coração em flor!!

Mila Pires disse...

Jorge...e caminhamos juntos de mãos dadas no devir-anjo...
Beijos...com carinho...Mila.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Sumaia, você está no nosso coração... abs ternos, jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Claudia: o céu azul, as flores e os passarinhos são encantos do dia; como o luar e as estrelas dão brilho as noites de luta e vida peregrina; abraços com saudade; jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Mila, voaremos entre estrelas e anjos... cintilações do infinito, abs ternos, jorge