sexta-feira, 30 de setembro de 2011

POESIAS: POESIAS MENORES PARA UM AMOR MAIOR

                              POEMA HUMANO
                              Jorge Bichuetti

No humano, esperarei a perfeição; 
depois, desencantado 
me fiz, num canto,
uma ânsia, desejos... 
quase uma oração...

Queria na humanidade 
a leveza suave
das folhas que bailam 
anônimas no vento;
a ternura das flores 
singelas e pequeninas
que, no chão, dão 
vida e beleza ao tempo...

Como quis! a liberdade 
dos pássaros vadios
e a generosidade 
dos frutos silvestres... vidas
que se realizam 
nas clareiras da aurora
e despercebidas, 
vão e são no caminho
a mão estendida 
da própria vida, alheias
aos triunfos da razão... 
vão e são, tão somente,
o eco do infinito... 
num voo, as asas da compaixão...


Quão grandiosas são 
as pequeninas formigas:
laboriosas, disciplinadas... 
encontram nas folhas caídas
a riqueza do pão, a certeza da vida... 
um celeiro,
o universo...  
a alegria de lutar, uma por todas,
tecendo imperceptíveis 
seus cálidos ninhos...


Oh! louca e vã humanidade... 
quem dera fôssemos
a resistência e a doação 
das desprezadas ervas daninhas:
que insurgentes refazem  
as fissuras do chão, adubam
e o recompõe... 
pisadas e trituradas pelos homens,
renascem 
silenciosas 
escutando somente o canto,
a gratidão da imensidão... 
a voz das estrelas
que para os que as avistam, 
de longe, do chão,
são simplesmente 
um ponto de um luz, uma vela
acesa nas capelas do coração azul do infinito...



                        
                UM NOVO AMOR
                           Jorge Bichuetti 


Tantro amei... porém, amei 
um amor... cheio de egoísmo...
Queria ser no possuir, ser no
no espelho que vi no outro...


Amei e chorei... nas lágrimas
que ácidas na minha dor, vi
a doçura do mundo ali refletida...


Só, então desconfiei que amar
é algo mais... do que grudar
um no outro, com as cinzas
das angústias que o tempo 
cimentou na nossas peles...


Amar é o mel oculto que se tece
na colméia dos corpos unidos;
corpo unidos que se fazem chão
onde nascem as flores da ternura
e florece o néctar da compaixão...




                  VIDA PEQUENA
                                      Jorge Bichuetti


Tão singelo, o caminho...
Areia e pedras e lá longe
um horizonte azul...


Não há ouro, nem prata...
Viceja no ar a alegria de 
caminhar e ir buscar
no silências das manhãs
um enternecido novo dia...





2 comentários:

Mila Pires disse...

Jorge, lindos versos!
A poesia cabe em todos os amores....nos sonhos e cores.(mas prefiro a azul, rs)
Beijos...com ternura...Mila.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Mila; somos a voz dos sonhos e cantiga da ternura; abs ternos, jorge