quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: POR UM POUCO DE PAZ...

                                           Jorge Bichuetti

O cheiro de terra molhada, a chuva... Minha luinha encantada com a alegria dos pássaros... O verde... Tudo faz desta manhã uma manhã azulada... O céu cinza não impede que coração voe e rompendo o espaço, alcance a vida do horizonte azul que é magia e canto... um chamado para a paz e um clamor por compaixão e solidariedade...
Muitas vezes, a vida ensolarada nos consome... Acelera, agita... soma novas obrigações e tarefas... Contudo, na quietude desta manhã... miro a vida e me vejo... Vendo-me, ouso enxergar minhas potências e minhas limitações... Num olhar humano... Longe, da megalomania que nasce da vaidade... E longe, da desvalia que nasce do sentimento de auto-piedade...
Eu e o caminho...
Eu e os sonhos que pulsam no meu inquieto coração...
A vida é inacabamento... assim, sempre identificamos um conjunto de tarefas que gostaríamos de realizar no processo do nosso crescimento pessoal...
Conhecer nossas limitações, permite-nos centrar nosso esforço na aquisição de conhecimentos e valores que desejamos, contudo, ainda não logramos adquiri-los... Saber das nossas potências nos possibilita intensificar o que já podemos na vida...
A vida é luta aguerrida: esforço perseverante, busca teimosa...
A paz me provoca... a queria mais, mais intensa e mais extensa...Não se conquista a paz íntima sem a luta pela paz no mundo... E não lutamos pela paz no mundo se não a edificamos nas entranhas do nosso próprio coração...
A paz exige  a conjugação de palavras e de silêncios...
Que palavra gravamos no coração da Terra com a nossa vida no dia-a-dia da nossa existência?...
A palavra é sementeira e clareira... Com ela, plasmamos nossos ideais e sonhos... Descortinamos um novo horizonte... Mas, não nos esqueçamos que seu poder germinativo, fecundante está na sua condição de ser palavra-vida... Não só palavra anunciada, mas palavra vivida...
E o nosso silêncio? O que ele representa? Há silêncios que traduzem covardia, omissão, acomodação, conivência, cumplicidade... E há silêncios que retratam a serenidade, a esperança, a inteireza interior... um sossego íntimo pelo concordância da vida vivida com a vida desejada, proclamada, anunciada...
O caminho é longo... Longo, é o caminho da conquista, da edificação do "homem novo" que almejamos ser...
Neste sentido, não se pode deixar de reconhecer que o amor é o grande diferencial das vidas na caminhada humana...
Não o amor-espelho, espetáculo, amor narcísico... Mas, sim, o amor que é operacionalização viva da compaixão e da solidariedade...
Só, assim, na luta destemida do dia-a-dia... faremos a diferença...
Só, assim, agregaremos no cotidiano da história da humanidade novos valores, uma nova direção...
Era este, me parece, a compreensão de Gandhi quando dizia que a paz é caminho... Caminho da vida que se realiza na utopia da liberdade e da inclusão, da justiça e da ética do bem comum...

4 comentários:

Anônimo disse...

Dr. Jorge,

Por que não tem feito o Blog há dois dias?
Estou preocupada.

Beijo terno em sua testa,
Denise

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Denise; tive que descansar um pouco... coisas da idade; abs ternos, jorge

Anônimo disse...

Descansar é imprecindível assim como beber água,colocar combustível
no carro, poder pensar sob a solidão.
Eu tambem estou precisando descansar e se Deus quiser, em dezembro, vou para meu canto,
o apto.
Deus lhe abençoe de todo meu coração. Denise

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Denise; meu carinho e votos de alegria epaz; abs ternos, jorge