POESIA: FLORESCÊNCIAS ESTELARES NO CERRADO

                                         ESTAS MÃOS

                                                       Jorge Bichuetti

Estas mãos... generosas e belas, flores

que perfumam o meu caminho, gentis e

afáveis... são extensões estelares do céu;

do azul infinito  que me banha o corpo e

me ressuscita na vida o desejo de sorrir...

Elas já me encontraram lágrima, pús e

desesperação... Nunca perguntaram  de

meus erros, fracassos ou frustrações...

Chegam, como pousam os passarinhos,

e me acariciam como se eu fosse um anjo....

Oh! mãos da vida tecidas na ternura e

no singelo das noites silenciosas de luar.

Mão humanas: calosas, rudes e enrugadas;

mas, mãos que aprenderam os mistérios

do amor... que é mão, mãos de acarinhar...

Não as conheço, muito de perto, assim, quase incerto,

não sei se são mãos de barro que se santificaram no fogo;

ou se são as próprias mãos de Deus que se humanizaram 

nas artimanhas do cuidar... onde o amor floresce e a vida

encantada, com o canto das manhãs, alvorece...e recomeça.

                             ESCUTO, MAS NADA FALO

                                                                       Jorge Bichuetti

Ouvi, amor, teu canto;

puro encanto do luar...

Ouvi e silenciei-me.. queria

eternizar teu carinho e

transformar teu amor

numa humana divindade;

onde pudesse ajoelhado

esperar o orvalho da aurora

que umidece a vida e dá

alegria aos pobres pardais...

Amor, te escuto, mas não falo,

porém, se observares meu olhar,

verás... que no silêncio, eu oro...

                                          AMOR DO CERRADO

                                                           Jorge Bichuetti

No vasto horizonte, você -

estrela no chão, flor do luar...

Meu amor de menino, cantta

cirandas de brincar... no ar,

junto das nuvens e dos coloridos

passarinhos que alegres voam

e, alto, cantam a alegria de amar...