segunda-feira, 14 de março de 2011

DIÁRIO DE BORDO: NOSSOS CAMINHOS...

                                                          Jorge Bichuetti

A Lua preguiçosa e dengosa, já se esparramou numa almofada... Persiste no mundo mágico dos sonhos...
A vida é cheia de magia... Nós fugimos, desviamos o olhar e não a vemos na sua beleza e esplendor.
Acordamos e o nascer do sol com a sinfonia dos pássaros nos enche o dia de novas forças; o orvalho da noite , ainda, está no cheiro da terra que sobe nos contagiando com a ideia de de que viver é produzir e criar
Leventamos e o café quente continua, dialogando, e dizendo que a vida está cheia de sabores encantados.
O verde, as flores, as borboletas e as matas com seus riachose cachoeiras cantarolam que a vida é alegria e paz...
No entardecer, o pôr-do-sol nos envolve com uma consciência de quietude, aamplidão e poesia...
As estrelas, o luar e o silêncio da noite declamam um lindo poema e uma sentida oração celebrando o amor.
Tudo na vida convida à paz e ao amor...
Contudo, outros são os nossos caminhos...
Esquecemos dos alvitres da vida e nos mergulhamos num labirinto de ansiedade e loucura... Mobilizados pelos ordenamentos do capitalismo, trocamos o singelo por novos interesses e queremos possuir e vencer, enriquecer e triunfar... Escravos do consumismoe do individualismo, passamos a inventar caminhos, longe das pulsações de serenidade e paz da vida.
Inventamos uma nova vida: onde ter substitue o ser, e onde o dinheiro passa a ser o soberano ditador que comanda a direção dos nossos passos.
Por ele, exploramos, oprimimos, lesamos a própria natureza e o equilíbrio ecológico da vida...
Por ele, esquecemos de inventar caminhos para o amor, para a paz, para a liberdade, para a solidariedade e para a serenidade...
Restringimos nossas caminhos às demandas que o mundo efetua na sua lógica de enriquecimento, acumulação, dominação e mistificação...
Desumanizamos a vida e o outro; coisificamos nosso corpo e nossos companheiros de estrada.
Alienados, vamos vivendo... Acreditando que é a vida que é assim... Não percebems que esta é vida feita e escolhida pea humanidade.
... Um outro mundo é possível.
A natureza grita... Explode comas feridas que lhe impomos: tsunamis, tufões, terremotos, inundações...
Sofremos, somos solidários; porém, não ouvimos nestes acontecimentos os clamores da vida.
Na rua, um homem caído, um garota com os olhos assustados pelos delírios do crack... São, também, eloquentes gritos da vida.
A vida clama... pede... implora... Ela diz nas dores que nos machucam que é hora de repensar nossos caminhos.
A miséria e a fome, a violência e o desamor, as novas doenças e o vazio existencial são indicadores da qualidade dos nossos caminhos escolhidos e vividos...
Reinventemos a vida... Escutando-a, pois ela na sua beleza e harmonia conhece o que pode o amor e a solidariedade, a liberdade e a igualdade...
Já não suportamos os caminhos que criamos para sustentar o capitalismo e a globalização neoliberal...
Há uma outra vida e um outro mundo.... possíveis e necessários...
Há o amor e a alegria, a poesia e a liberdade, os sonhose a paz... Há a solidariedade...
Nestes caminham florescem a alegria e a serenidade... Busquemo-los, antes do fim...

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