Jorge Bichuetti
Longe e perto, cai uma lágrima... Nós, também, choramos...
Ora, um tsunami, um terremoto; ora, uma inundação... Doutras vezes, é alguém chorando de fome e solidão...
A vida corre, entrecortada por pedras que a acelera; porém, que deixa dor e desolação.
Na vida, a convivência é sempre encontros onde o outro nos chega como uma oportunidade para a solidariedade.
No comodismo dominante, nos aquietamos, pensando: isto não é comigo...
Projetamos no estado ou em outros, a ajuda necessária para secar a lágrima que o nosso coração viu e sentiu; projetamos e passamos... Vamos para a nossa ilha de risos e ilusões.
Nos isolamos dos problemas do outro e esquecidos, no nosso castelo de narcisismo e individualismo, pensamos somente nos nossos interesses e desejos, nas nossas necessidades e sonhos.
Vemos , assim, nossa vida sendo, pouco a pouco, despovoada...
E enlouquecidos no nosso deserto de egoísmo e orgulho, sentimos a vida vazia... sem tempero... e sem cor.
Sartre dizia que o outro é o nosso inferno; Juvenal Arduini, acrescentava, igualmente, é o nosso céu...
Tragédias, crises, dores coletivas e individuais...são sempre oportunidades para a solidariedade.
Solidariedade é partilha, generosidade, comunhão... Ela povoa nossos universos sem nos tirar ou roubar a própria singularidade... Ela nos amplia e intensifica, nos multiplica e nos diversifica... Nós faz cheios de vida.
Ela dá sentido, sabor e cor para a nossa caminhada.
Reivindiquemos do Estado que cumpra seus deveres e viabilize um mundo de direitos..
Todavia, não olvidemos do que podemos fazer...
Muitos perguntam porque os transtornos mentais vem crescendo tanto num mundo que aumentou o conforto, facilitou o dia-a-dia e encurtou distâncias... A resposta é simples: é um mundo de individualismo, apatia, acomodação e alienação...
No individualismo, nosso funcionamento mental se centra e gira, rodopiando, nos entornos do ego e seus complexos... Isso nos vulnerabiliza.
A solidariedade nos amplia e intensifica, nos diversifica e nos multiplica; fazendo com que o ego deixe de funcionar como centro gestor das nossas vidas... Assim, ganhamos potência e perdemos vulnerabilidade...
Já cantava os sonhos na voz que ressoava o ideário da esperança: "um mais um é sempre mais que dois"...
Ou ainda: "todos juntos, somos fortes; somos arco, somos flecha... Todos nós no mesmo barco; nada temos a temer"...
Assim, não nos esqueçamos que solidariedade é a vida partilhada que nos permite ir além do homem e, assim, nos dá a força e potência de viver e conviver com a vida povoada de amor... Só ele nos livra de nós mesmos e dos fantasmas da vida.
Sejamos, então, solidários... e caminharemos cheios de auroras e plenificados pelo vida que se afirma vida compartilhada... Longe, dos abismos da solidão...
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2 comentários:
Olá outravez Dr. Olha, a solidariedade deveria ser uma constante no coração das pessoas. É muito triste ser desumano. É muito triste não ter consciência da dor alheia. Eu não digo a ninguém seja como eu sou e faça o que eu faço, ou faça o que eu digo e não faça o que eu faço. Eu sou contra injustiças. Não pela profissão mas pelo bom senso. Temos vida em razão de alguma vida maior que a nossa, uma inteligência superior e criadora. Niguém deveria matar, roubar, ferir os sentimentos do amigo ou quem quer que seja. As pessoas deveriam conscientizar que a dor que podemos sentir está a um passo de acontecer. Somos suscetíveis de sofrer por qualquer coisa, desde um tiro a queima roupa executado em um assalto ou até uma coisa ínfima que pode ser uma palavra grosseira ou uma revolta de um inimigo que nem sabíamos que tínhamos, contra agente. Os valores morais, de vida e sentimento, para meu espanto vem, cada mais vez sendo mastigado pela intolerância e pelo egoísmo e vaidades, caprichos e maldades. abraço Dr. grata pela oportunidade. LuGoyaZ.
Lu, sua indignação é vida... Se criamos uma vida solidário, fechamos os espaços do desamor.., Estimulemos a solidariedade e vida florescerá e viveremos os belos alvoreceres deum tempo de leveza e amor... Abraços com carinho, Jorge
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