Jorge Bichuetti
Gandhi afirmava que sempre vivemos nossas crises voltando para casa...
Não é incomum notar que a maioria das pessoas mantém uma relação de ambiguidade com sua família, amor e ódio, aproximação e distanciamento, pertença e estranhamento...
Acredito que isso se passe pelo predominância da instituição família como um reprodutor da sociedade, e um lugar de manutenção ordenada do status quo.
De fato, a família é um instituído: poder patriarcal falocêntrico, submissão e obediência da mulher e dos filhos em relação aos pais; e, sobretudo, um meio de perpetuação da propriedade privada via herança.
as família num funcionamento normativo funcionam disciplinando e se definindo em oposição/negação as outras famílias.
Assim, polariza seus membros no individualismo e os exclui de um processo de coletivização sem fronteiras.
Todavia, a família não é só isso... Nem mesmo já consegue ser totalmente isso...
Há as novas famílias...
E há em toda família uma potência instiutinte inerente a vitalidade insurgente do amor e da solidariedade.
Como quebrar o instituído e liberar na família esta força insituinte, permitinto-a um verdadeiro e intenso re-canto do amor?
Tudo se coloca na dependência de mudanças insurgentes que irão permitir que a vida possa fluir sem a asfixia da opressão e sem o individualismo que desperta no homem a competição e o egoísmo.
Há de se transversalizar as relações, através do diálogo e da escuta, das trocas solidárias e da compreensão de cada pessoa guarda a própria singularidade.
Cada vida é um destino que se tece juntos, porém, que não pode ser imposto...
Uma família se constituirá amorosa e generosa substituindo os valores que a norteiam no dia-a-dia.
Liberdade e respeito mútuo no lugar de autoritarismo e medo...
Carinho e amor no lugar de rigidez e inflexibilidade...
Se educamos nossos filhos, podemos educá-los para que sejam nossas cópias e nossas projeções ou para que sejam éticos, com valores de solidariedade e não-violência, respeito aos outros e generosidade, ternura e amor...
Se o fazemos crer que eles são e que nós somos melhores do que os outros, eles reproduzirão condutas microfascistas.
Contudo, se os educamos na compreensão de que somos uma comunidade, humanidade, de direitos humanos e de direitos à diferença, eles florescerão amáveis e tolerantes, com práticas de inclusão social e com espírito de partilha.
Serão nossos companheiros e companheiros da vida.
Uma família instituinte vive a solidariedade e a liberdade, sem que os pais abdiquem da sua função... É possível educar e cuidar sem violentar as singularidades que ali vão se desenhando.
Se na família-instituição a amálgama é o poder, na instituinte, é o amor que agrega e faz viver...
Não desistamos do que pode o amor...
Deste modo, revigoraremos a família, agora, não como um locus da exclusão e da normatização; mas, sim, como um escola da vida que se afirma no amor e na solidariedade, no respeito e na cidadania... Uma afirmação da vida como vida de todos e para todos..
Um novo tempo... Novas famílias... a construção de um re-canto de amor e paz: eis um sonhoe uma necessidade de todos nós e uma resposta as nossas contínuas e amargas lágrimas nas dores da convivência com os que tanto amamos...
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8 comentários:
JORGE, UM DEVIR-FAMÍLIA EM CONSTRUÇÃO.Hoje a família apresenta várias configurações diferentes, é um outro existir de família que prepondera, não mais exclusivamente centrada em apenas uma célula núcleo. Há uma mescla de células familiares que se extinguem e se acoplam a outras, filhos de vários encontros familiares têm de aprenderem a conviver com todos ao mesmo tempo em que antes eram estranhos. Beijos
Maravilha de texto Jorge .... pbens ...olha eu vi seu convite depois ...mas aceito participar sim dos bons encontros ...ai vai meu email Adilson3054@hotmail.com
abraços
Tânia, a Roberta Drummond tem uma tese maravilhosa sobre as novas famílias; irei fazer logo uma postagem sobre o tema... Abraços com ternura, jorge
Adilson, um abraço. Elaborarei as preguntas com alegriae lhe enviarei... Valeu! um carinhoso abraço. jorge
Dr.Jorge,
Vc disse que não é católico.
Vc é o que?
bjo de
Denise, você sabe que sou Jorge... Solcialista libertário, que amo poesia e que gosto de samba... Minha fé? sou espírita, pore´m, com profundo amor a muita gente e muita coisa do catolicismo...como admiro as tradições zen budistas e as afro...
Abraços, Jorge
Dr.Jorge,
Como funciona o socialismo libertário?
Eu sou espirita tranquila e respeito o zen budismo.Samba não me encanta,não tem melodia,enfim adoro musica americana,inglesa.O que vc gosta do catolicismo?
Ah, com a sua licença,sinto muito,
mas eu adoro você.Bjo da sua amiga De
DENISE: SOCIALISMO COM LIBERDADE E AUTOGESTÃO,DIREITOS HUMANOSE DIRETOÀ DIFERENÇA, ARTE E CRIATIVIDADE... GESTÃO COM TRANSVERSALIDADE E VIDA DE COOPERAÇÃO, PARTILHA E SOLIDARIEDADE...
CARTOLA É UM GÊNIO...
DA OPÇÃO PELOS OPRIMIDOS E DO COMPROMISSO COM AS LUTAS DE LIBERTAÇÃO; O TRABALHO NA PERIFERIA E A DIGNIDADE DE VIDAS DOADOS AO OUTRO...
ABRAÇOS, JORGE
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