terça-feira, 1 de março de 2011

MESTRES DO CAMINHO: ELAS, BRILHANTEMENTE, MULHERES... (10 )

  mãos que tecem a vida...
                                    Jorge bichuetti
Mulheres, tão cuidadosas de si e dos seus,
ampliam a cozinha e ali caberia no seu fogão a fome do mundo;
multiplicam o próprio coração e nele poderia florir todos amores...

Então, de tão perto do infinito, cada uma e outra estrela;
junta-as, com as pedras que colecionaram nas andanças pelo chão
e tecem na vida os versos que tecem nos sonhos uma nova vida;
de ternura e valentia, gardênias e samabaias, doces e paixões,
com uma prece no entardeceer onde louvam nas suas mãos as mãos de Deus...
  
DIA 8 DE MARÇO: DIA DA MULHER... DIGA NÃO À VIOLÊNCIA... DÊ UM FLOR...          
  
                 ADÉLIA PRADO:

Adélia Luzia Prado Freitas, de Divinópolis, MG, educadora e filósofa, de teatro e dona de casa, mãe. Escreve extraindo mágicos expressões da vida de seu cotidiano provincial..
             REFLEXOES:

- "Não quero faca, nem queijo. Quero a fome."

- "O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre."

- "O que a memória ama, fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível."

- " Não tenho tempo algum, porque ser feliz me consome."

- "Deus é mais belo que eu.
E não é jovem.
Isto sim, é consolo."

-"A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege.”

- "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra "

- "Mulher é desdobrável. Eu sou."

- "Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande."

- “Dor não tem nada a ver com amargura. / Acho que tudo que acontece / é feito pra gente aprender cada vez mais, / é pra ensinar a gente a viver. Desdobrável. / Cada dia mais rica de humanidade”

- " Estou no começo do meu desespero, e só vejo dois caminhos: ou viro doida, ou santa."

- "Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô."

- "Assim que escurecer vou namorar.
Que mundo ordenado e bom!
Namorar quem?
Minha alma nasceu desposada
com um marido invisível."

- “...me consola, moço.
Fala uma frase, feita com o meu nome,
Para que ardam os crisântemos
E eu tenha um feliz Natal!...”

- " Me dão mingaus, caldos quentes, me dão prudentes conselhos, eu quero é a ponta sedosa do teu bigode atrevido, a tua boca de brasa."

- "Com perdão da palavra, quero cair na vida."

- "Um corpo quer outro corpo, uma alma quer outra alma e seu corpo. Este excesso de realidade me confunde"

- "Se pudesse, hoje, varria, isso mesmo, varria as pessoas todas com vassoura, como se fossem ciscos"

- "Eu ponho o amor no pilão com cinza e grão de roxo e soco. Macero ele, faço dele cataplasma e ponho sobre a ferida."

- "Estremecerei de susto até dormir, e no entanto é tudo tão pequeno. Para o desejo do meu coração, o mar é uma gota."

                                            OBRAS DE ADÉLIA PRADO:
OBRAS:

Individuais

POESIA:

- Bagagem, Imago - 1976

- O coração disparado, Nova Fronteira - 1978

- Terra de Santa Cruz, Nova Fronteira - 1981

- O pelicano, Rio de Janeiro - 1987

- A faca no peito, Rocco - 1988

- Oráculos de maio, Siciliano - 1999

- A duração do dia, Record - 2010

PROSA:

- Solte os cachorros, Nova Fronteira - 1979

- Cacos para um vitral, Nova Fronteira - 1980

- Os componentes da banda, Nova Fronteira - 1984

- O homem da mão seca, Siciliano - 1994

- Manuscritos de Felipa, Siciliano - 1999

- Filandras, Record - 2001

- Quero minha mãe - Record - 2005

- Quando eu era pequena - 2006.


ANTOLOGIAS:

Mulheres & Mulheres, Nova Fronteira - 1978

Palavra de Mulher, Fontana - 1979

Contos Mineiros, Ática - 1984

Poesia Reunida, Siciliano - 1991 (Bagagem, O Coração Disparado, Terra de Santa Cruz, O pelicano e A faca no peito).

Antologia da poesia brasileira, Embaixada do Brasil em Pequim - 1994.

Prosa Reunida, Siciliano - 1999


BALÉ

- A Imagem Refletida - Balé do Teatro Castro Alves - Salvador - Bahia - Direção Artística de Antônio Carlos Cardoso. Poema escrito por
Adélia Prado especialmente para a composição homônima de Gil Jardim.

Vem de antes do sol
A luz que em tua pupila me desenha.
Aceito amar-me assim
Refletida no olhar com que me vês. 
Ó ventura beijar-te,
espelho que premido não estilhaça
e mais brilha porque chora
e choro de amor radia.
(Divinópolis, 1998).
Em parceria

A lapinha de Jesus (com Lázaro Barreto) - Vozes - 1969

Caminhos de solidariedade (com Lya Luft, Marcos Mendonça, et al.) - Gente-   2001.
 

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