segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A GEOGRAFIA DA MUDANÇA

                                                            Jorge Bichuetti

Nem todo nosso conhecimento se dirige à potencialização da nossa luta por transformar o mundo e mudar a vida... Predominantemente, temos valores éticos e verdades que executam seu papel de reprodutor da estabilidade, da continuidade e da manutenção da dominação e da exploração. São um chão falso, pois, é um porão de mistificação.
Quando pensamos no novo e na mudança, sempre nos deparamos como uma dificuldade: o que fazer?...
Antes acretidávamos nas soberanias inquestionáveis das cádetras, das sacristias, dos divãs e dos partidos com seus programas e suas vanguardas...
Tentando aglutinar, aqui, algumas sugestões de instrumentalização da mudança, aglutinamos algumas proposições do pensamento da esquizoanálise, que nos parecem fecundos e viris:
1. unir desejo e produção, conjugando-os num elo imanente;
2. substituir os afirmativos és por a multiplicação da vida e sua diverficação que nasce dos es;
3. caçar linhas de fuga, novos campos de afirmação produtivo do desejo, evitando-os capturáveis pelos mecanismos de registro e controle que mantém a dominação e a exploração;
4. intensificar na vida e no mundo o que funciona, evitando o esgotamento paralisante de ficar rodopiando nos entornos da falta;
5. experimentar, e daí deixar emergir o que pode um corpo;
6. criar e vivenciar uma vida e uma prática social conjugando as conexões rizomáticas das redes sociais;
7. atualizar virtualidades, assumindo,afirmativantemente, e criativamente, um novo modo de vier e existir e novos realções com o outro e com a natureza;
8. compreender que se a negatividade, esvazia, a divergência e o movimento de luta são processos afirmativos do novo;
9. entender que todo devir é minoritário, ainda que numericamente expressivo, o novo nasce nos territórios de lutas e sonhos dos oprimidos e excluídos;
10. dar vida e expressão as funções negativas e positivas da esquizoanálise: função negativa - raspagem do ego, dos instituídos, dos bloqueios e complexos, dos nos, dos atravessamentos, das repetições, do mecanismos de dominação, exploração e mistificação... e função positiva - potencializar os acontecimentos , as singularidadese multiplicidades, as linhas de fuga e os devires;
11. reinventar nosso agir individuale coletivo à modo da criança, dos loucos, do artistista e dos bárbaros;
12. re-criar, no indíduo e nas coletividades, a vida como obra de arte...
Estes pontos não sintetizam os caminhos e os sonhos... todavia, nos auxilia a re-pensar nossas açõese intervenções.
Num caminho de n revoluções... sempre mirando na nossa utopia ativa: mudar a si própria e transformar o mundo.
Parir no caminho e caminhos de liberdade e ternura, justiça social e direitos humanos, solidariedade e cidadania, direito à diferença e um novo cuidado, amor e compaixão, sustentabilidade ecológica e vida-arte... Um mundo de libertação...


"somos muitos homens comuns, e podemos formar uma muralha com nossos corpos de sonhos e margaridas." F Gullar

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