Sinto a vida bela e acolhedora. Miro o horizonte, nela, sempre encontro um sonho desenhada no azul do infinito...
A Lua me procura, mas, não estende, como eu posso ficar tranquilo com as explosões ensurdecedoras das tempestades...
Ela teme os trovôes e se assusta com os perigos que pressente na escuridão de um temporal...
Agora, ela dorme... O sol não nasceu.... Nasceu, escondido atrás das nuvens, prolonga o tempo dos sonhos e as magias da noite.
Só, penso...
Somos o Super-homem do ideário Nietzscheano?
Dizia Nietzsche que o homem é grandioso e belo: é passagem entre o animal e o além do animal; e um passar e um sucumbir.
Viver é lutar e sonhar... numa caminhada onde o humano voo e baila com as estrelas e, também, cai e beija o chão...
Nossos erros, nossos medos, nossos limites, nossas insuficiências e deficiências... nossos fracassos são pulsações do humano, do humano existir , do humano viver...
Já senti raiva, vergonha, culpa... Hoje, as carrego com carinho. Não as idolatra, nem as maltrato...
Trabalho pelo meu crescimento, pela minha passagem, pela minha metamorfose... Quero amar mais... Sonhar mais... Me dar mais... Impregnar meu corpo com músicas e poesias, ternura e solidaridade, generosidade e liberdade,, justiça e compaixão.
Quero ser um guerreiro e um anjo: um super-homem...Todavia, jamais quero seu um deus...
Não almejo a vida , longe, dum passar e sucumbir...
Celebro meu canto e meus risos e acolho, altivo e carinhoso, a lágrima que cai, ferindo meu rosto e as chagas que lentamente cicatrizam e me contam, sussurrantes, as aventuras e desencantas das minhas quedas e derrotas.
Assim, digo: busco freneticamente potência, vida e devires...
Tanto quanto respeito e amo meu humano existir.
... Projeto inacabado, um conjunto de tarefas, uma vida de risos e lágrimas, conquistas e derrotas, voos estelares tropeços nos despenhadeiros...
Na queda, choro e supero meu medo, levanto e sigo...
No fracasso, sugo minhas lágrimas, excomungo os fantasmas da culpa, volto a sonhar, e prossigo...
Beijo e abraço, faço amor , se sou amado... Choro, ouvindo Noel Rosa e Bethânia, nas muitas vezes, que sou abandonado...
Entre pedras e passarinhos, flores e espinhos, estrelas enluaradas e abismos escuros e lamacentos... Assim caminho...
Desbravamos e desnudando o divino da vida que é vida por pulsar e acontecer, na ousadia e na prudência, na valentia e na covardia, do mais e do menos do belo humano demasiadamente humano...
O homem é da estrada; o homem é a estrada...
Os deuses brilham nos altares; nós cantamos e agimos, sonhamos e nos transformamos na poeira do caminho...
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