quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: UM CLARÃO MATINAL...

                                                    Jorge Bichuetti

Já me contagio com o amanhcer... Luzes, cores... As cantigas dos pássaros. O cheiro da terra orvalhada pela noite serena e de sereno... A Lua já superou seu ciúme edípico e se alegra, novamente, com meus escritos. Quase nunca está de acordo, porém, gentilmente, os escuta com a tolerância própria da natureza; e, comumente, tão rara entre nós.
Nos sentimos donos do mundo, das verdades e da vida...
Escutamos pouco, falamos com prodigalidade...
Gostamos de classificar e classificando, excluimos os que não se enquadram na nossa onipotente visão do mundo e da vida.
A potência da diversidade?... Negamo-la. Ela nos ameaça... Queremos um mundo uniformizado, um mundo de normôticos.
E a normalidade, que glorificamos, é a velha: é normal, tudo que matematicamente está no scripit esperado da vida de reeeações previsíveis e de comportamentos padronizados pela maioria.
Ética? Só assimilamos a da repressão moral... a dos atos abonados pela lei, normas e costumes. O instuído.
O novo?... Excluimos... Antes na sociedade disciplinar, das instuições totais, isolando-os, segregando-os, marginalizando-os...
Hoje, na Sociedade Mundial de, combinamos: asilo e o hospício com formas sutis de sustentação da marginalidade e exclusão da diversidade, dos diferentes, dos que não se adaptam a média dos ditos homens comuns.
Fazemos uma inclusão diferencial...
Aceitamo-los... deste que não desejem os direitos e espaços dos normôticos.
Aceitamo-los.. deste que não aspiram auma vida de afirmação das suas singularidades.
E os tentamos captura-los, pela psicologia, pela psiquiatria, pelo seviço social, pela pedagogia.... por cuidados que visam a adaptação, a contenção e a normatização...
Tranquilos, com a consciência pacificada, gritamos: o sol brilha para todos...
Assim, caminhamos escamoteando a realidade que criamos impedimentos e limitações para que todos brilhem com e para o sol.
O clarão matinal? O louvamos na poesia e nas cantorias, e o saudamos... Ele é bem-vindo, deste que não se rebele e se proponha a iluminar as obscuriades da sociedade e da política, nem o convoque todos para o banquete da vida.

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