Jorge Bichuetti
Vida e morte,
faces imanentes,
de uma só realidade;
com a fronteira diluída
pela força da saudade...
O amor tece encontros,
na potência da ternura,
desbrando horizontes,
onde um escuro silêncio
não previa novas pontes...
Se o amor canta
e encanta o caminho
da vida partilhada,
já não mais distância,
juntos, somos alvorada...
ESTE MUNDO
Jorge Bichuetti
Há uma dor na esquina...
Há uma lágrima na sarjeta...
Há fome e há medo,
gemidos e solidão...
Há um fuzil armado
e um povo oprimido;
há uma ordem
decretada
e vidas retalhadas
pelo império da exclusão...
Este mundo não é meu,
nem é da compaixão;
é mundo dominado
pela fúria da exploração...
Há uma flor entres as pedras;
uma estrela na escuridão...
Há sonhos e utopias,
sedentos
e agonizantes,
que vivem, vegetando,
asfixiados, esperam
os ventos da revolução...
Jorge Bichuetti
Desnudo e cabisbaixo, o homem
pensa na vida por ele mesmo criada;
soberano, exterminou a ternura e o amor,
agora, desolado, sente-se impotente,
pois, pela força, ele trocou, a sua alma alada.
O chão o mira e o desnuda, vendo-o
na sua vã crueldade,
um vampiro da vida, uma pedra da estrada...
Sonhando, ele imagina ser novo e renascer,
asim, há de resgatar um dose de feminilidade.
Homem novo - é ternura florindo na docilidade
de vida de partilha;
uma ação de candura e voo de liberdade...
UTOPIA
Jorge Bichuetti
Sonho e magia,
um nômade alvorecer;
a vida de alegria,
um perene vir-a-ser...
Utopia... caminho
de paz e libertação;
passarinho e seu ninho
e seus voos na amplidão...
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