Jorge Bichuetti
Madrugada. No céu, nuvens e estrelas se abraçam e compõem um belo horizonte, diverso e suave... Só, agora, os passarinhos surgiram cantantes. Já a Lua se sente comprometido com tudo que eu realizo com carinho e paixão. Está do meu lado, de uma lado para o outro, dialoga com o seu silêncio; seus olhos falam da ternura e do valor da amizade.
Ontem, andei tristonho. Saudades!... Tive minha possibilidade de bifurcação, a lágrima se converteu numa carinhosa alegria.
Meu terapeuta, para esta dor, foi, O Rosa das Geraes. Folheando anotações que tenho, li: "Saudade é ser, depois de ter".
Sempre imaginei a vida feita de vitórias e alegrias; afinal, sou um guerreiro... Hoje, a vejo se construindo numa composição de dor e alegria, lágrima e riso, silêncio e cantoria, amor e ódio, serenidade e desespero, amizade solidão...
Entre tantos paradoxos, nossa necessidade de gerenciar e de a gerenciá-la numa perspectiva ética de afirmação da vida e da solidariedade, da compaixão e da partilha, dos eternos retornos e dos devires...
antes assujeitados e servis, vivíamos sob uma moral rígida que de fora nos condicionava a um agir e a um reagir dominado pela moral da culpa e do ressentimento.
Ambos, crack e veneno de cascavel... Caminhos de autodestruição, abismos paralisantes... Cantos de sereis, areia movediça...
Agora, com o novo, subjetividades livres, somos livres, se, assim, o desejamos... Livres do fora que oprime e o robotiza; porém, a subjetividade livre não se realiza, longe de uma ética... A diferença é que montamos e esculpimos nossa própria ética.
Uma ética de direitos humanos e de direito à diferença;
Uma ética do cuidado;
Uma ética da solidariedade e da partilha;
Uma ética da amizade;
Uma ética da liberdade;
Uma ética da justiça social e de humanização da vida;
Uma ética do devir;
Uma ética dos bons encontros e das paixões alegres;
Uma ética da vida que se afirma no desejo artístico e no exercício da vontade de potência;
Uma ética de ternura e amor;
Uma ética de ecologia e paz;
Uma ética da vida como obra de arte;
Uma ética do novo e da mudança;
Uma ética dos sonhos e das utopias...
Já não somos reativos, prisioneiros de uma moral restritiva e castradora... Contudo, nossa alteridade se dá numa caminhada ética, longe das relações de dominação ou subordinação, como relações, vida e caminhada de afirmação...
Construimos o novo, experimentamos... Ousamos, lutamos... Esculpindo no nosso modo de funcionar uma ética de libertação e vida, para todos e com todos...
E é este o sentido dado por Umberto Eco, quando afirma que se outro está, de fato, incorporado
na nossa vida, não se pode viver longe de uma ética que cria a vida reinventada no amor e na ternura, na cooperação e na doação.
Vivamos livres, entretanto, vivamos nossa liberdade com e nos entres das relações, criando na vida e pela vida uma nova suavidade...
domingo, 27 de fevereiro de 2011
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12 comentários:
Jorge bom dia!
"Uma suavidade" que nos traz paz e uma visão de vida com amor e respeito. Lindo seu texto...
beijos
Anne
Jorgem olha que legal isso, talvez seja útil para a Universidade Popular: filosofianreapucarana.pbworks.com/f/Deleuze+e+educação+-+conexões.ppt
beijo
Marta
Anne, buscamos, ativamente, a suavidade contra toda impulsividade que ainda nos domina... Este suave vem dos nossos entres... Beijos com carinho, Jorge
Marta, que maravilha! pois vamos ter que nos debruçar na invenção de novos modos de produzir as trocas e na reinvenção do conhecimento;
Abraços, com ternura e carinho imenso, do tamnho do universo,
Abraços com carinho-ternura-gratidão, Jorge
Ética de potência de vida e Monet...
Bela e perfeita combinação... Sempre me perguntei como ele pintou ninféias tão perfeitas, em uma tela tão grande, apresentando ao mundo os detalhes de seu jardim...Belo pensar que apartir de um pequeno traço, que junto à potência de outros, nasce uma imagem tão linda e quase real...
A potência da arte na vida... E a potência de uma ética, um gesto em prol da vida para a liberdade, a reinvenção de ser, estar e viver...
Impressionista é Monet, e somos nós, fazendo nossa "arte"...
Beijo pelo presente nessa manhã chuvosa e pela emoção...
Quem sabe num devir-Monet não apresentamos nossos jardins ao mundo????
rs... bj
Camila, anjo terno e amoroso, sua sensibilidade mostra que Gandhi estava correto, nossa meta de vida é transformar nossa vida numa obra de arte... um jardim encantado e uma vida que podemos reinventá-la. sempre potencializando nossa capacidade de cuidare de amar. Lhe agradeço o carinho que eme ajuda a caminhar...Abraços, Jorge
Jorge, esta é uma música que sempre ouço...
Ajuda-me a pensar no "meu jardim"...
bjs
Meu Jardim
Vander Lee
Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
Camila, como é bela esta canção, vou tentar encontrá-la... Uma fonte de paz e um jeito leve de rever nossa própria vida, abraços com terura, Jorge
Professor gostaria de saber como ficou o calendário da Universidade Popular Juvenal Arduin, estou muito interessada em participar...
Querida Elisa, o próximo encontro sera dia 19/03, local que iremos definir... amanhã, já postarei temas e espaços de estudos já oferecidos que iniciarão neste próximo encontro. Juntos iremos realizar uma linda caminhada e um belo sonho, abraços com ternura, Jorge
contamos com a sua participação.
Jorge, já leste o que escrevi para minha mãe? Está antes da postagem do vídeo dos ciclistas. Bjs.
Querida Tânia, ainda não, vi a postagem deles e fui; verei hoje... Como vovê está? Minha força e o meu carinho, bejiis com carinho , minha presença e força, abraços, Jorge
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