sábado, 19 de fevereiro de 2011

MESTRES DO CAMINHO: ELAS, BRILHANTEMENTE, MULHERES... ( 4 )

                         ELIS
                              Jorge Bichuetti

Um corpo no chão; uma estrela no céu...
Flores, velas... Saudade, nossa saudade...
A vela não ilumina onde já vive e brilha a luz da imensidão...
Elis, tão, Maria... Elis, tão mulher...
Um canto de paixão,
um corpo de puro éxtase nos voos da liberdade,
na transversal do tempo,
foste e és , Elis, a vida na intensidade
do amar e do sonhar...

Partiste sem palavras de adeus,
silenciosa, foste cantar nos palcos da eternidade,
onde não  irias viver e sofrer
a mesquinha vida humana,
que te deixava aflita e faminta,
pois, na chão do mundo, há um árido deserto
para as mulheres que ousam
mergulhar na paixão
voar na utopia
bailar na alegria
de ser a flor e o brilho de um irrestrito amar...


ELIS: PALAVRAS DA DE UM CORPO-VIDA:

-  " O amor não me compete, eu quero é destilar as emoções"...
- "Sou apenas o meu tipo inesquecível apesar de,ás vezes, me achar uma porcaria"
-  "Não tenho tempo de desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão do encontro e do entendimento entra as pessoas"
- "Eu sou do contra. Não vão me dirigir não. Decifra-me ou devoro-te? Não vai me devorar nem eu me decifrar, nunca. Eu sou a esfinge, e daí?
- "Entre a parede e a espada, me atiro contra a espada."
- "Às vezes só porque fico nervosa, eu rebento, ou      necessariamente só porque estou viva."


                    VIDA DE UMA MULHER QUE COMO SUSSURRA MAIKOVSKI NO SEU POEMA A NATUREZA FICOU LOUCO: ERA TDO CORAÇÃO...
Elis Regina
(Cantora brasileira)
17/03/1945, Porto Alegre (RS)
19/1/1982, São Paulo (SP)
Para muitos, Elis foi a maior cantora brasileira de todos os tempos. Incomparável em técnica e garra, a "Pimentinha", o "Furacão Elis", como era chamada, lançou compositores como João Bosco e Aldir Blanc, Renato Teixeira, Fátima Guedes. A primogênita do casal Romeu Costa e Ercy Carvalho Costa foi a primeira pessoa a inscrever sua voz como instrumento na Ordem dos Músicos.
Em 1956, passou a integrar o elenco fixo do programa, Clube do Guri, da Rádio Farroupilha de Porto Alegre. Em 1959, assinou seu primeiro contrato profissional com a Rádio Gaúcha também de sua cidade natal.
Em 1965, venceu o 1º. Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior) com "Arrastão" (Edu Lobo e Vinícius de Morais). Dois dias depois, estreou no Teatro Paramount (SP) o show "Elis, Jair e Jongo Trio", que, gravado ao vivo, se tornou o LP "Dois na Bossa". Com sucesso do disco, ela e Jair Rodrigues estrelaram o histórico programa semanal "O Fino da Bossa".
O programa saiu do ar em junho de 1967, porém, Elis continuou ao lado de Jair Rodrigues nos três programas da série "Frente Única - Noite da MPB" (TV Record). Em dezembro, aos 22 de idade, casou-se com Ronaldo Bôscoli, 16 anos mais velho. Logo, nasceu seu primeiro filho, João Marcelo.
O casamento terminou em 1972 e, em 1974, casou-se com o pianista César Camargo Mariano. Viveu em São Paulo, onde nasceram: Pedro, em 1975; e Maria Rita, em 1977. Em 1981, separou-se de César.
Sua carreira internacional ficou mais importante a partir de 1968, quando cantou nas TVs inglesa, holandesa, belga, suíça e sueca. De volta à TV Record, em 1969, fez a série de programas "Elis Studio", dirigida por Miéle e Bôscoli. Em maio, viajou para Londres, onde gravou um LP com o maestro inglês Peter Knight. Em junho, na Suécia, gravou um LP com o gaitista Toots Thielemans.
"Elis & Tom", disco com Tom Jobim, saiu em 1974. Na inauguração do Teatro Bandeirantes (SP), cantou ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia, Tim Maia e Rita Lee. No ano seguinte, lançou "Falso Brilhante", em disco e nos palcos, show que assistido por 280 mil pessoas.
Pela TV Bandeirantes, em 1979, demonstrou a sua intimidade com São Paulo em um programa no qual passeava pela cidade com Adoniran Barbosa e visitava Rita Lee. E participou do Show de Maio, com renda revertida para o fundo de greve dos metalúrgicos de São Paulo, no estúdio da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, para 5 mil pessoas.
Naquele ano, gravou "O Bêbado e a Equilibrista", imediatamente apelidado de "Hino da Anistia". No 13º Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, foi aplaudida por 11 minutos. Para agradecer a platéia, fez uma jam session com Hermeto Pascoal.
Em 1980, o show "Saudade do Brasil" reuniu no palco 24 músicos e bailarinos. No ano seguinte, fez o espetáculo "Trem Azul", com cenário de Elifas Andreato. Teve morte repentina, em 19 de janeiro de 1982. Foi velada no Teatro Bandeirantes, e vestia a camiseta proibida pela ditadura militar no show "Saudade do Brasil": a bandeira brasileira, com seu nome escrito no lugar de "Ordem e Progresso". 


8 DE MARÇO: DIA DA MULHER.  LUTE... PELO FIM DA VIOLÊNCIA... E PELO DIREITO DE AMAR...

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