Jorge Bichuetti
Viver é con-viver... Solitários, superamos nossas necessidades materiais e psíquicas relacionando com o outro e formando, assim, grupalidades.
A vida social se dá num processo de raspagem e captura, num movimento não-linear, da nossa luta contra o narcisismo e a onipotência.
A solidariedade abre e conecta; o narcisismo e a onipotência fecha e produz vínculos de simbiose, co-dependência e autoritarismo.
O ego na subjetividade capitalista e os partidos num funcionamento burocrático retratam a vida nucleada num raiz fundante e dominante. Tudo é centralizado e predomina as coerções da verticalidade e do autoritarismo.
Reproduz a tirania do Grande Pai e a horda primitiva submissa e servil.Este funcionamento instituído limita as potências criativas da vida e o indivíduo restringe sua singularidade e as invenções insurgentes do novo e da mudança.
A solidariedade se expressa nas redes sociais que funcionam como um rizoma.
Não um centro de direção... A vida se manifesta e se viabiliza na heterogeneidade do rizoma e os movimentos de ação e reflexão, de produção de vida, iniciam por todo canto e se propagam por conexões transversais.
Se tecemos redes restritas e homogêneas, pouco diversificadas, nossa vida se desenrola restrita e limitada; pois, não viabilizamos conexões de vivências e experimentações da nossa complexa multiplicidade.
As redes e as vidas rizomáticas se enriquecem por se abrirem para a diversidade; evitando os enclausuramentos que nos subjetivam assujeitados, uma vez que trabalham com o ideal da completude e da infinitude.
A sociedade estriada tende nos induzir a um isolamento; a poucos grupos de pertença e estes grupos fechados às conexões vitalizantes com outros grupos.
São os limites das seitas, das igrejinhas... Do funcionamento que não potencializa nossa multiplicidade...
As crises são analisadoras das redes sociais que estamos conectados: as restritas e restritivas são inefiecientes e pouco flexíveis para acolher e potencializar as mudanças emergentes numa crise; já redes amplas e diversas se revelam, ricas, hetrogências e criativas, sustentando com mais vigor e flexibilidade estes momentos de agonia e transformação.
O rizoma dá visibilidade e consistência a uma vida afirmativa que se move, então, pelo excesso, potência, vida florescente e fértil; já o narcisismo e a onipotência nos escravizam a um funcionamento angustiada por uma constante falta...
Podemos mais... se vivemos conectados a uma rede social ampla , aberta, descentralizada e diversa.
As experiências das redes sociais se mostram reveladoras de que um outro modo de viver e um outromundo são possíveis...
Com elas, a vida flui e caminhamos, sem a amrgura de, a cada momento, termos que sair de um mergulho no abismo da solidão...
.... Assim, vemos na solidariedade um caminho revolucionário de mudança e devires, pois ela alisa os espaços e potencializa a própria vida, quebra o fantasma da solidão e institui os permanentes reinventos do amor e da partilha.
Eis porque é possível adubar e semear, reinventando na vida a esperança e os sonhos!...
Uma estrela brilha no fim do túnel...
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
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