sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

DIARIO DE BORDO: RESTA UM CORAÇÃO...

                                                      Jorge Bichuetti

Noite estrelada... Silêncio e quietude. A pequena Lua , contrariada, aceitou ir dormir; foi vencida pelas carícias de algum anjo, que se destina a proteger o snos e nos sonhos...
No quintal, tudo dorme... Os álamos, porém , me parecem que meditam e oram... De olhares para o infinito, numa serenidade budista, somente, tremulam delicados com a suave brisa que refresca a noite e os pensamentos.
A ditadura no Egito acabou... O povo venceu...
A re-construção da Universidade Popular avança, aceleradamente, como se, os desejos e sonhos compartilhados, seguissem os voos de um cavalo alado ou de uma revoada de pássaros, anjos singelos das alturas . Ternamente, a vida caminha...
Cansado, não durmo... Não durmindo, trabalho...
Tudo é adubação para germinação de perguntas e questionamentos...
Mesmo, depois, da minha desvinculação orgânica com o marxismo, e do carinho pelas pesquisas de Dominique sobre a economia do ócio, não mudei meu funcionamento, a vida me tenta e eu volta a indagar: Que Fazer?...
Já não tenho, nem creio, nas receitas programáticas prontas que mais paralisam do que aceleram a velocidade das produções da vida e na vida...
Rasguei meus manuais...
Então, neste aconchegante silêncio, só tendo por fundo um quinteto de Beethoven... Penso... Dialogo com meus muitos eus...
A vida empobrece sem a força e sustentação das amizades e dos amores.
Contudo, noto que o neoliberalismo e a Sociedade Mundia de Controle, vem nos subjetivando solitários, segregados na libedade de nosas casas, e gerando um modo de ser árido e infértil para os vínculos dde amizade e amor.
Tecnologizamos a vida; superfcializamos as relações...
Relações de amizade, amor e cuidado são vínculos, encargos e corresponzabilização...
Minha alegria não é só minha, é nossa...
As dores e angústias dos outros são desafios para o coletivos e rede de amizade, amor e cuidado.
Necessitamos da mística, não mitológica nem ritualiística das seitas..
Necessitamos da mística da partilha, da cumplicidade, da generosidade, da compreensão, da misericórdia e da solidariedade...
Houve um debate na Itália, com a partipação de Umberto Eco e a Igreja..
Eco esteve maravilhoso... Se disse ateu... E advogou que Se Deus existe é para outros fins; que para construir um homem e uma vida ética basta que este incorpore na caminhado o outro.
Uma re-tomada de Espinisa...
Somos éticos quando afirmamos a vida... Não a minha vida ou a vida dos meus... A vida como valor geral... a vida da vida... A vida de todos...
Que fazer?
Escutemos as dores, angústias, problemas, dificuldades, inquietações e lamentos dos outros...
E, sem o messsianismo salvador da onipotência, coloquemos em circulação o que temos, o que podemos e que desejamos... Nos coloquemos na roda da vida, dando-se e partilhando...
A lágrima é uma estrela-guia, para os que ousam, tentar devirem trabalhadores da paz e da alegria.
Nossos encontros nos revelam o que fazer...
Que posamos, então, doar nossa quota de vida para esta se plenifique, superando os espinhos, as pedras e a fissuras do caminho.
Não é preceito moral, dogma institucional, nem degraus da Terra para o céu...
Tão-somente, é compromisso e engajamento coma vida e sua potência de se devir vida alegre e de harmonia, de trocas amorosas e cooperação...
Não e um programa para a revolução... É a própria revolução, no aqui e agora, dos encontros onde o homem escuta o chamado da vida que se almeja vida humanizada, livre e de esplendor... Vida pena... Abundância de amor.

2 comentários:

Tânia Marques disse...

"Tão-somente, é compromisso e engajamento coma vida e sua potência de se devir vida alegre e de harmonia, de trocas amorosas e cooperação...
Não e um programa para a revolução... É a própria revolução, no aqui e agora, dos encontros onde o homem escuta o chamado da vida que se almeja vida humanizada, livre e de esplendor... Vida pena... Abundância de amor".

Concordo plenamente. Ratificado por mim e ponto de exclamação!

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tânia, Como são boas as trocas, quase me lincharam... Partilhar é poder divergir e coonvergir... ramificar, florir... Sabe, tive raiva quando tentaram reduzir a postagem sobrecodificando-a e moralizando-a.
Aí, eu escrevi, uma postagem que não acho legal: pode ser a gota d'água. Não sou eu...
abraços ternos, Jorge