Josiane Souza
Nas auroras, quando o relógio continua
adormecido ao meu lado,
o que desperta-me
é uma ânsia fervorosa de calçar meus sapatos,
acender um cigarro,
e sair com sede de conhecimento;
e quando o crepúsculo se evanesce
num céu de cor lilás,
ainda continuo a navegar
pelas memórias de um tempo
que a pouco sucumbiu-se no passado.
Mas, caminhar é preciso... E em meio a tanta saudade,
tantos desejos e reminiscências,
cabe-me silenciar o coração
para que ele possa ouvir
as vozes que emergem de um novo tempo!
USINA
Paulo Cecílio
Seremos breves,
no paraíso,
com mãos de tinta,
e cofres de sangue.
Brincando na praia,
conchinhas caladas
e grãos colados,
em fissão nuclear;
coqueiros mutantes,
tubarões cegos,
peixes mancos,
polvos sem braço.
na areia branca,
agora vidro,
urra de ira o mar,
desmonta falésias.
em cozinha de areia,
espuma, refaz letras, dnas,
recria amantes, golfinhos,
que não o traiam.
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