terça-feira, 5 de julho de 2011

SOMOS PARADOXAIS... CAMINHO E SONHO; FLORESCÊNCIA VISCERAL

                                       Jorge Bichuetti

A vida segue rodopia, transformando-se... Nós não somos massa amorfa ou linha reta uniforme. O ser humano é paradoxo. E somos impermanência, mudança... Nada é dado, nada é definitivo...
Somos inacabamento. Inacabamento que podemos conduzir, lutando por este ou aquele sonho, neste ou naquele caminho...
Podemos construir ou destruir; repetir ou inovar, criativamente...
Podemos permanecer com o nosso ego rígido ou nos aventurar e desdobrar nossa personalidade, multiplicando as facetas da nossa vida psíquica e social.
Muitos edificam uma visão totalizadora de si próprios e miram suas vidas sob o signo da culpa e do ressentimento. Com isso, giram assombrando seus próprios erros e os alheios; e idolatrando suas pretensas virtudes...
Mas, podemos viver com mais simplicidade e simplesmente reconhecer que somos caminheiros, obra que se realiza: se faz, se desfaz e se refaz...
Eis uma visão libertária e humanizante. Dá serenidade e não estimula a acomodação.
Vivemos e na vida, aprendemos e produzimos novos sentidos... Podemos alvorecer...
Palavra e silêncio; expansão e retraimento; alegria e tristeza; canto e meditação; raiva e serenidade; amor e ódio... No emaranhado destes paradoxos, vamos nos inventando...
Se nos construimos no caminho, e se no caminho estamos inundados por nossos sonhos, precisamos reconhecer que podemos trilhar este ou aquele caminho, cultivar este ou aquele sonho... Entretanto, nos veremos moldados por nossas opções... Pelo que cultivamos na nossa vida íntima e de relação.
A solidariedade e a ternura são caminhos e sonhos que pavimentam um existir de florescências energizantes e vitalizantes; que acabam dando impulsos mobilizadores de saltos efervescentes que nos revigoram e que revolucionam a vida...
O egoísmo joga o ser humano nos redemoinhos das próprias limitações; e a secura nos cria um espectro de antipatia que obstaculiza nosso caminhar e nosso existir...
O amar agrega, nos conecta e nos permite trocas criativas e iluminadoras do caminho; pois, o outro é sempre um algo mais que se tece, forjando vidas partilhadas na alegria e na suavidade do companheirismo.
O amor é ponte, asas... com ele, saltamos sobre os abismos do caminho.
Esta visão antropológica de Juvenal Arduini, no livro Ousar, nos dá uma dimensão da economia psíquica como um patamar do nosso modo de andar a vida.
Coincide com a ideia de saúde e adoecimento de Canguilhenn...
Busquemos viver, potencializando nosso capacidade de ser  a alegria da partilha e a ternura da comunhão...Assim, evitamos o vazio e a desvitalização que entranham nos espaços da solidão.

6 comentários:

Edum@nes disse...

Nada é definitivo,
Tudo começa, tudo finda
Coração fica comovido
Que desgosta não sinta
Se no mundo perdido anda
E do amor desprotegido.

Um abraço
Eduardo.

Tânia Marques disse...

Jorge, nada na vida é mais lindo do que amor! AMO VOCÊ!!! Beijos mil.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Edumanes: seu versar é cativante e me recorda o que não conheço: o bucólico mundo do fado e dddddddddas imagens num horizonte terno e afável. Abraços com carinho; jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tãnia: a vida é experimentações do amor que cria e das criações que amam... Lhe adoro, abraços ternos, jorge

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá Jorge! Passando para te cumprimentar e dizer que adorei o texto. belo e bastante profundo. O amor deve estar sempre acima de tudo.

Abraços e muita paz pra ti.

Furtado.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Furtado: alegro-me com seu carinho; Abraços ternos, jorge