Acordei com as badaladas dos sinos... Oravam: porém, nunca soube decifrar suas preces. Sempre os ouvi, no meio da passarada, como se u'a festa de alegria já fosse no horizonte azul, capela do infinito, uma sublime e singela oração.
A fé é magia: vida encantada na beleza da imensidão... Irmana, brilha, aconchega... o resto são vícios da nossa mania de de segregar, fugindo dos voos siderais e dos caminhos onde pululam as flores eivadas de cosmofusão...
A lágrima da individualidade egoísta de um coração vaidoso é só uma lágrima...
A lágrima no rosto de quem sabe-se vida na vida humanidade é espelho e no espelho, o eco das sinfonias intergaláticas e a beleza do céu estrelado refletido, transformando-a no orvalho que aduba as novas florações...
Esperança - espera ativa... luta paciente e perseverante... passos no caminhos dos que ousam buscar a aurora...
É preciso ter coragem para seguir...
Muitos param: hipnotizados pelas ilusões da margem... Outros não seguem pois, esquecidos, desmontam-se pela carência de ombro, mão, amizade que lhes pudessem sustentar nas horas difíceis das noites escuras sem luar...
Viver, amando é ser ombro e mão; clareira e clarão no caminho dos que trôpegos caminham claudicantes... vidas que clama por vidas dadas à humanidade, para que nelas fortalecidas redescubram a coragem de ir adiante...
Viver é partilhar: coisas, palavras e silêncio, ternura e compaixão... é emprestar alegria e paz para os que temem o temporal.
Ninguém vive sozinho... Como, também, ninguém cai ou voa sozinho...
Tecemos no caminho pela solidariedade a vida do horizonte... a vida que na força voraz da amizade sustenta corações na ética do Bem Comum...
O individualismo e solidão doída são as chagas da contemporaneidade...
Juntos somos fortes: arco e flecha... Um barco; um cais... Não sofremos à deriva...
O consumismo nos inibe na busca do outro: queremos coisas quando, para se viver, necessita-se de gente...
O egoísmo cega... Nele, não vemos que o amor sempre pode...
O amor é voo sobre abismos; impulso vitalizador nos caminhos íngremes...
Só há coragem de seguir nas teias do amor que sustentam e dão coragem e sentidos a todos...
"Viver é etecétera"- dizia Rosa... Como ousou afirmar: que "qualquer amor já é um cadinho de saúde, um descanso na loucura"
Nenhum comentário:
Postar um comentário