Jorge Bichuetti
Nevoeiro... olhar turvo;
a vida vista no lamento
que ressoa, expontâneo
das trilhas do coração.
O coração anda e voa,
não teme as curvas do caminho,
nem se encolhe diante dos vendavais:
destemido, é andarilho do vento...
Na brisa suave e cálida,
é a ternura e a suavidade
do amor incondional, amor
que é flor na alegria de se dar...
Nos temporais da paixão é
a tortura ansiosa, um êxtase
atormentado no medo do não
que nasce no espinho do adeus...
O amor é a vida da gente:
ave no céu azulado, ciscando
as estrelas que brilham na pele;
é ferida e é cicatriz;
é sonho acordado
ou um pesadelo sem fim...
Assim, é a alegria triste...
quando o coração atropela
as pedras do caminho;
e é a serenidade sacra
quando este mesmo coração
se torna jardim semeado
por flores que cantam alegres
na chegada e na partida
o belo dom de existir...
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