ÉCRRUM
A calçada
tossiu e me acordou,
Aqui estou calçada nesta madrugada.
Madrugando
minha calça, minha perna não,
Ainda dorme
nua.
Madrugada calçada, pronta para ir,
Pela
calçada tossida,
Com a perna adormecida.
Tosse a
madrugada na calçada,
Calço a madrugada com a minha tosse,
VER TI GEM EM ME
Tropeça
os cílios na poça dos olhos.
Navega barcoíris no horizonte do globo
OCUlar.
Estria veia e mancha.
Incha pálpebra e arde.
Escorre nariz engolindo boca.
Rubra pestana
Crivo da testa
Rasga
esses dedos pelas bochechas,
Plantando unhas
no húmus da língua.
Olá?
Olá?
O
0
o
LÁ?
l6
6
Ah!
6h11h!
UMA HORA
A janela entreaberta
Ventarola.
Na minha boca
entreaberta
A rua dorme lânguida.
Cobrindo com sombras
Meu sono de
dedos compridos.
A
quina do muro é um véu
e voa.
Troca com o lençol
Acimentado
Na cama.
Meus lábios rachados
minados,
Explodem salivas infectadas pelos
sonhos.
A noite é um varal de desejos
secos
Amanhã ao escovar os
pensamentos,
Nenhum comentário:
Postar um comentário