Madrugada... Pés frios; coração ardente... Entre os miasmas da boêmia não-vivida na noite passada e os sonhos que me acompanham como escudeiros que vigiam no tremular do caminho a linha da dignidade e do amor.
A quietude dos álamos, um verde zen, dá serenidade... Só temo que estejam quietos para proteger o meu sono e meu incontáveis sonhos.
As roseiras perfumam... esperam a festa dos passarinhos e a magia dos sinos.
O limoeiro, gente esperta, escondeu de mim seus limões... O pé de romã abre-se em flores e frutos: esperam os astros da aurora com suas cantigas matinais...
O blog Utopia Ativa é um canto... onde ecoam amores, lutas, caminhos... encontros e a esperança de que dia a vida seja plena na boniteza da ternura e da compaixão...
É magia das manhãs... Espera aguerrida e ativa do amanhã...
Muitos crêem que eu o escrevo só... escrevo entre... No fértil entre das amizades que agenciam em mim a coragem de viver e lutar, sonhar e abrir clareiras.
Há no mundo tanto tédio, solidão, angústia... Há violência... desamor...
Por isso, nunca sei se o utopia ativa funciona ou funcionará como uma flor aconchegante ou como uma dinamite insurgente...
Dizem que até Deus está cansado da demora de que a humanidade tome de assalto o céu... Que mude a vida; que transforme o mundo...
Lá fora, nossas dores... Estas, sim... dores inaceitáveis...
Vê-se o RIO +20... vacilante; quieto e inquieto, temo...o aquecimento global não será a explosão da roda de samba ou do pleonástico carnaval... Seremos dinossauros nos museus arqueológicos do futuro...
Quando percebo morosidade nas decisões pela sustentabilidade, o escritor cala... reverbera o analista... e me encho de terror: temo que a gente anda tão envergonhado que apaticamente prefirimos que a lógica de destrutividade acabe com a vida desta humanidade... Autopunição inconsciente; culpa... o tal do édipo que dominou fábricas e bancos, e, agora, já não é só na família que tenta impor a lógica de um terceiro excluído...
Gritemos pela vida... Lutemos pela humanidade...
No primeiro sábado de agosto, estejamos nas ruas... nos blogs... na vida e no caminho, exigindo preconceito zero.. Em Bh, A Fubdação Gregorio f Baremblitt está convocando uma manifestação para a praça da estação... Mobilizemos... O preconceito é o calobouço mental da exclusão, bullyng virulento, marginalização cinzenta que nega na vida a beleza da diversidade e a poesia rizomática do outro que sendo singular é um agenciamento para despertemos nossas próprias singularidades reprimidas.
Será tão difícil amar? Incluir? Solidarizar-se? Partilhar?...
No meu corpo, as transformações do planeta já me narram o que ocorre somente nos relatos do que vemos de seca, doenças, inundações... tsunamis... tremores no corpo da terra e no corpo da vida...
Meu corpo já se ressente... arde, coça... dói...
Mas, ele sofre muito mais... com a repressão na cracolãndia e no restante do país; com a corrupção; com Belo Monte... com o adiamento indefinido dos projetos que dormitam nos armários de Brasília...
Cidadania, ética do Bem Comum, sustentabilidade. economia solidária,direito à diferença e inclusão social... deixaram de ser palavras que davam beleza e dignidade às nossa utopias... São hoje ultimatos da natureza... do socius em ebulição... da vida que já não se conforma em ser vida de poucos na negação da vida dos muitos que se arrastam nos vales miseráveis da opressão, exploração e exclusão...
Pensemos: o que faremos antes do fim?...
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