Jorge Bichuetti
Olho no espeljo e ele me revela:
uma criança enrugada,
um menino triste,
um moleque de castigo...
Na rua, se me avist, logo, vejo:
um cigano nômade,
um poeta emluarado,
um amante solitário...
Na minha casa, entre lembranças
e fotos, no porão e no quintal,
numa nebulosa de saudades,
me encontro assim rabiscado:
um anjo sem asas,
um guerreiro desarmado,
um herói sem vitórias,
uma partida sem adeuses...
CÉU ESTRELADO
Jorge Bichuetti
Longe, no alto, brilham astros e estrelas,
riscos de luz, cometas, um poeira cintilante
e a lua andarilha, sempre encantada
de poesias e paixões, de amores e sonhos...
No chão, a vida, também, é bela...
Riachos e cachoeiras, flores e borboletas,
passarinhos e cantigas, meninos e brincadeiras...
Só o homem anda triste, vazio de esperanças;
chora e lamenta a vida e a vida o espera;
espera que ele assuma ser parte indissociável
do belo que há na Terra num só céu estrelado...
VOOS DA TERNURA
Jorge Bichuetti
Uma lágrima caia triste e um suspiro escurecia
a visão do caminho que já não se revelava florido
nem era verde e de horizonte azul... Era triste...
Caminhando entre espinhos, os pés iam feridos
e a o deserto na alma roubava toda alegria,
e, assim, a vida ia... lamurienta e chorosa...
Agoniado o caminhante, seguia o seu destino,
cansado, dormiu e sonhou com um anjo-passarinho;
a minúscula ave dizia que toda dor era ilusão.
recomendava voar sobre os abismo da aflição...
O homem desconsolado revelou sua impotência,
sabia lutar e plantar, sabia falar e ordernar,
mas, não sabia voar... O pássaro, meio tímido,
com tamanha ignorância, tentou lhe explicar:
- Moço, para voar basta tecer duas asas
e movê-las numa dança, valsando na imensidão...
Ante o silêncio reinante, continou a lição:
- As asas são tecidas pela suave ternura
que a todos e a tudo ama no seu divino sonhar...
Jorge Bichuetti
O amor é um anjo,
morando entre
nossos olhares
nossos beijos
nossas carícias
nossa ternura...
Um anjo-bruxo,
se transforma
e reluz:
é a flor da ternura,
o desejo da paixão,
o éxtase do prazer
e a suavidade
da nossa comunhão...
O AMOR É...
Joerge Bichuetti
O maoe é a flor que nasce no deserto da solidão; e é a vela que os enamorados acendem juntos, para afugentar toda escuridão...
PÁSSARO FERIDO
Jorge Bichuetti
Um pássaro ferido,
caído no chão,
cansado e aflito,
reflete no olhar tristonho
o fogo da queimada,
o verde ceifado,
a vida mutilada
que o fez um exilado,
longe, da alegria
da sua pátria...
E, agora, um moribumdo
na sua sofrida solidão...
2 comentários:
MEU RETRATO
Jorge Bichuetti
Olho no espelho e ele me revela:
uma criança enrugada,
um menino triste,
um moleque de castigo...
Na rua, se me avisto logo, vejo:
um cigano nômade,
um poeta enluarado,
um amante solitário...
Na minha casa, entre lembranças
e fotos, no porão e no quintal,
numa nebulosa de saudades,
me encontro assim rabiscado:
um anjo sem asas,
um guerreiro desarmado,
um herói sem vitórias,
uma partida sem adeuses...
Jorge, que lindo o que escreveste e, ao mesmo tempo, triste. Quero ser tua doce companhia sempre, pois tu és o poeta que habita os meus sonhos. Beijos em teu coração.
Tânia, seu carinho me faz sentir menos solitárioe mais forte nas batalhas...
A poesia é um ótimo divã...
Abraços com carinhoe ternura, Jorge.
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