Jorge Bichuetti
Já e noite... O sol se foi; o luar não chegou... Uma suave e silenciosa chuva refresca o ar... Ela torna a vida mais respirável. Minha pequena Lua, adormecida nos meus pés, sente a vida serena dos dias tranquilos quando tudo parece falar no valor do amor e na grandeza da paz.
Ela, também, anda indignada... Escuta nossas conversas e percebe nos discos que cantam como anda a vida e que desventuras o mundo suporta.
Ela não conheceu outro mundo: somente viu a hegemonia da letargia, do comodismo e da alienação.
quando lhe conta histórias da vida da nossa gente, ela me olha como se eu estivesse frabricando um conto mágico para o seu terno adormecer.
Não escutou o povo na rua, gritando:
- anistia ampla, geral e irrestrita;
- a Une somos nós, nossa força, nossa voz..
- o povo unido jamais será vencido;
- diretas já;
- Lula Lá;
- fora Collor...
Não ouviu...
Não esteve comigo no giro ara o movimento populare as lutas no bairro, na periferia...
Não degustou a alegria da caminhada com o povo.
Greve, paaseata, ocupação... são palavras desconhecidas do universo silábico dos seus grunhidos e miaus.
Tanta coisa minha filha não viu... quanta coisa o meu povo esqueceu...
Ousar, lutar... Ousar, vencer... Um novo tempo.
Ousar, sonhar... Ousar, amar, Travessia.
O carnaval está chegando... Folia, alegria...
Nós, para espanto da minha pequena Lua, vamos no Carnaval da Inclusão.
Sexta-feira, concentração na Fundação Gregorio F. Baremblitt... Sambaremos com alegria pela vida, cantando " Maria, Maria no país da Liberdade"...
Ela quer ir... e não é só pela distração. Ela aprendeu deste pequena a ser uma entre os " Loucos pela Vida",
"De perto ninguém é normal", e "a loucura é o vazio do coração de quem ama"...
Da lutas no Oriente Médio e Norte da África aos Garotos Verdes da Massa Critica de Porto Alegre, da fome dos que batem em nossas portas aos que morrem de violência, ódio, exclusão e desamor... aqui e ali, há um grito mudo, sem palavras, porque como a Lua, minha filha, esquecemos de conjugar os verbos derivados do amar que se revelam necessidade na lágrima que cai e no sonho que alto voa...
Diante de tanta dor e opressão... Não existe dignidade para os que não ousam e não querem conjugar , afirmativamente, a esperança do verbo lutar...
Perante a lágrima que cai, os que sofrem humilhação e discriminação, o planeta que agoniza, as mulheres violadas, as crianças maltratadas, os velhos esquecidos, os trabalhadores explorados e as minorias oprimidas, perante todos eles, só há o devir amizade para que desejam e ousam lutar.
terça-feira, 1 de março de 2011
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4 comentários:
Jorge, tomei a liberdade de publicar em dois blogs meus o teu poema do Massa Crítica, juntamente com o número dos processos para o povo acompanhar pela página do Tribunal de Justiça. Vai lá! Beijos com muito carinho e amizade. Beijos para a Lua.
TÂNIA, FICO FELIZ. A VIDA PARA MIM SÓ TEM SENTIDO SE ALGO, MESMO QUE SEJA UMA PALAVRA, UM GRITO OU UMA LAMÚRIA, POSSA EFETUAR PELO SONHO DE UM MUNDO DE PAZ E AMOR, JUSTIÇA E LIBERADE... VI SEU VIDEO... NA HORA, INDIGNEI-ME QUERIA PODER ALGO ALÉM DE CHORAR... ABRAÇOS, AMIGO, TE QUERO MUITO, COM CARINHO... JORGE
"PREFIRO MORRER DE PÉ (OU ANDANDO DE BICICLETA) DO QUE VIVER AJOELHADO"
Josie, querida amiga, a luta é nosso caminho de produção de vida e de liberdade. Nele, nos afirmamos... Abraços, com ternura e imenso carinho.
Jorge
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