terça-feira, 1 de março de 2011

DIÁRIO DE BORDO: UM NOVO DEVIR AMIZADE...

                                                                  Jorge Bichuetti

Já e noite... O sol se foi; o luar não chegou... Uma suave e silenciosa chuva refresca o ar... Ela torna a vida mais respirável. Minha pequena Lua, adormecida nos meus pés, sente a vida serena dos dias tranquilos quando tudo parece falar no valor do amor e na grandeza da paz.
Ela, também, anda indignada... Escuta nossas conversas e percebe nos discos que cantam como anda a vida e que desventuras o mundo suporta.
Ela não conheceu outro mundo: somente viu a hegemonia da letargia, do comodismo e da alienação.
quando lhe conta histórias da vida da nossa gente, ela me olha como se eu estivesse frabricando um conto mágico para o seu terno adormecer.
Não escutou o povo na rua, gritando:
- anistia ampla, geral e irrestrita;
- a Une somos nós, nossa força, nossa voz..
- o povo unido jamais será vencido;
- diretas já;
- Lula Lá;
- fora Collor...
Não ouviu...
Não esteve comigo no giro ara o movimento populare as lutas no bairro, na periferia...
Não degustou a alegria da caminhada com o povo.
Greve, paaseata, ocupação... são palavras desconhecidas do universo silábico dos seus grunhidos e miaus.
Tanta coisa minha filha não viu... quanta  coisa o meu povo esqueceu...
Ousar, lutar... Ousar, vencer... Um novo tempo.
Ousar, sonhar... Ousar, amar, Travessia.
O carnaval está chegando... Folia, alegria...
Nós, para espanto da minha pequena Lua, vamos no Carnaval da Inclusão.
Sexta-feira, concentração na Fundação Gregorio F. Baremblitt... Sambaremos com alegria pela vida, cantando " Maria, Maria no país da Liberdade"...
Ela quer ir... e não é só pela distração. Ela aprendeu deste pequena a ser  uma entre os " Loucos pela Vida",
"De perto ninguém é normal", e "a loucura é o vazio do coração de quem ama"...
Da lutas no Oriente Médio e Norte da África aos Garotos Verdes da Massa Critica de Porto Alegre, da fome dos que batem em nossas portas aos que morrem de violência, ódio, exclusão e desamor... aqui e ali, há um grito mudo, sem palavras, porque como a Lua, minha filha, esquecemos de conjugar os verbos derivados do amar que se revelam necessidade  na lágrima que cai e no sonho que alto voa...
Diante de tanta dor e opressão... Não existe dignidade para os que não ousam e não querem conjugar , afirmativamente, a esperança do verbo lutar...
Perante a lágrima que cai, os que sofrem humilhação e discriminação, o planeta que agoniza, as mulheres violadas, as crianças maltratadas, os velhos esquecidos, os trabalhadores explorados e as minorias oprimidas, perante todos eles, só há o devir amizade para que desejam e ousam lutar.

4 comentários:

Tânia Marques disse...

Jorge, tomei a liberdade de publicar em dois blogs meus o teu poema do Massa Crítica, juntamente com o número dos processos para o povo acompanhar pela página do Tribunal de Justiça. Vai lá! Beijos com muito carinho e amizade. Beijos para a Lua.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

TÂNIA, FICO FELIZ. A VIDA PARA MIM SÓ TEM SENTIDO SE ALGO, MESMO QUE SEJA UMA PALAVRA, UM GRITO OU UMA LAMÚRIA, POSSA EFETUAR PELO SONHO DE UM MUNDO DE PAZ E AMOR, JUSTIÇA E LIBERADE... VI SEU VIDEO... NA HORA, INDIGNEI-ME QUERIA PODER ALGO ALÉM DE CHORAR... ABRAÇOS, AMIGO, TE QUERO MUITO, COM CARINHO... JORGE

Josiane Souza disse...

"PREFIRO MORRER DE PÉ (OU ANDANDO DE BICICLETA) DO QUE VIVER AJOELHADO"

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Josie, querida amiga, a luta é nosso caminho de produção de vida e de liberdade. Nele, nos afirmamos... Abraços, com ternura e imenso carinho.
Jorge