segunda-feira, 12 de setembro de 2011

HUMANIDADE REBELADA NOS CAMINHOS DA LIBERTAÇÃO

                                        Jorge Bichuetti

Há na face da humanidade linhas e traços que a desenha numa condição afetiva-emocional... 
Muitas vezes, vemos no rosto da humanidade o desalento, a apatia, a desesperança e o niilismo: humanidade hipnotizada num processo de auto-flagelação.
Doutras vezes, a vemos raivosa, colérica, irritada, tensa e bélica: humanidade pervertida num processo de negação da vida.
Mas, também, a olhamos e a vemos: humanidade rebelado: humanidade indignada, e num processo de rebeldia e insurgência, buscando encontrar-se e reinventar-se uma nova humanidade...
A política é o processo de nação na e da humanidade... E a política ética é a a humanidade rebelada num agir coletivo que afirma na luta a ousadia de se negar às restrições e violências da sociedade de exploração e exclusão... e a ousadia da denúncia da vida aviltada, maltratada, espoliada não é paralisante na face viva e colérica da humanidade rebelada; ela ousa algo mais... ousa ir além da negação e da denúncia, luta insurgente por um novo mundo; novas relações, um novo socius, um novo existir...
Indignada vê o martírio da exploração e degradação desumanizante da exclusão e ousa... sonha com um outro mundo possível: mundo de solidariedade e cidadania, compaixão e justiça social, igualdade e liberdade, amor e paz...
Sonha... e caminha. Constrói-se na caminhada pela concretização da vida e do mundo sonhado; assim, vai-se tornando nas trincheiras das rebeliões a humanidade remoçada: humanidade coletivizada e de partilha, de alegria e de cumplicidade... humanidade de poesia e cantoria, festa, celebração... um novo homem; novas subjetividades...
Sob o signo da esperança, a humanidade rebelada desconstrói o modo de viver e sobreviver, baseado no individualismo, na propriedade privada, na competição, na banalização da vida... e inventa um devir suavidade, coletivo e generoso, um novo socius sob a ética da amizade e do bem comum...
É aí no coração vivo da humanidade rebelada... na sua caminhada de luta por libertação que o corpo e subjetividade do ser humano supera nosso narcisismo... e o novo parido, num processo do alvorecer da vida que sendo vida liberta nos agenciam para novos devires... e o ser humano transita e supera consubstancia em si o além do homem... o devir guerreiro e devir anjo... numa nova e singular realidade: o tempo da delicadeza; da inteireza e da boniteza da vida que floresce no horizonte azul do amor fraternal...

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