segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ASSIM, CAMINHA A HUMANIDADE...

                                        Jorge Bichuetti

Caminhamos... Mudamos a vida e o mundo... Transformamos a realidade e a história...
Perante estes redemoinhos de metamorfoses, não podemos menosprezar uma questão:o que movimenta a humanidade? Como se dá nossa caminhada?
Na simplificação, diríamos:
- para Marx, pelo desenvolvimento das forças produtivas; pela luta de classes; pelo trabalho;
- para Freud, pelos conflitos do desejo, pela ação do inconsciente edípico;
- para o cristianismo, pela reforma íntima do próprio homem;
- para Dom Hélder Câmara, um cristão num diálogo com as lutas sociais, pela utopia;
- e para Nietzsche, pelos que se desatam as correntes da submissão e impõem sua vontade de potência...
De fato, não sabemos , muito, ao certo, como caminha a humanidade...
Aqui, exporemos um diálogo... já com suas ramificações.
Sartre versus Mandel; Lacan versus Deleuze-Guattari...
Sartre dizia que homem mudava a vida motivado pela alarme alucinante da escassez...a fome, a miséria, o desabrigo o impulsionava e este, lutando, criava um novo modo de trabalhar, relacionar e existir.
Deleuze, antes mesmo da sua aproximação com Guattari, advoga que o novo nunca emerge da negatividade, surge como uma afirmação, uma divergência e uma criatividade.
Mandel, escudado no marxismo, desvela a necessidade da abundância para que possa transformar a realidade a história.
Lacan retoma Freud e diz que a falta, a castração e a carência constituem as forças motrizes da vida.
O homem, nesta visão, reproduz seu narcisismo e se movimenta, caminha, digladiando com a falta oriunda da castração.
Estamos num emaranhado pouco sedutor.
Se perguntamos como caminha a humanidade, perguntamos na esperança de um outro mundo possível e necessário.
A indignação com vida como a vida está e o nosso desejo de um novo mundo de justiça, ternura e solidariedade, ganha força quando miramos a produção de Deleuze-Guattari.
Para eles, tudo caminha movido pela intensidade da potência afirmativa da vida que nos produz e nos produziu como um inconsciente cujo funcionamento é marcado pelo excesso, e não pela falta.
O desejo é produtivo e a produção desejante. O desejo não uma reprodução repetitiva e teatral dos complexos de castração; ele é invenção permanente do novo e da diferença.
Somos potência, excesso, abundância, criatividade... Desejos produtivos e devires.
Se, assim é... Por que o novo não emerge?
Explicam a produção desejnate de novidades e diferenças são vigiadas e controladas e reprimidas pelo instituído, pelos registros e controles, pelo ego narcista e edípico, pela subjetividade capitalística...
Para escapar destes repressores e inibidores do novo, há uma luta...Uma luta de classes, uma luta contra o fascismo estatal e os microfascismos, uma luta afirmativa pelo novo e pelo diferente, uma luta inventiva...
Esta luta não se desenvolve sem exercício permante da vontade potência...
Como, igualmente, não se sustenta uma luta incessante sem força  e o clarão de uma utopia...
Lutemos.. Ousemos sonhar... Pela vida e na vida, afirmemos o amor e a alegria.
Somos puro excesso... Necessitamos de desvendar nossas potências e " por uma nova Terra e um povo-porvir"... inventar coletivos desejantes e lutas libertárias, perseverando na construção de uma nova ética e de nova estética, um novo mundo e novo jeito de viver: solidário, generoso, suave, de paz e amor; guerreando por esta aurora.
Tomaremos o céu de assalto... para isto,não vivamos longe das estrelas e do luar...
Assim, caminha a humanidade....

4 comentários:

Anne M. Moor disse...

E que Deus te ouça meu amigo! Tens tanto para nos ensinar.

beijos
Anne

Tânia Marques disse...

Irei jantar agora. Querendo falar comigo, tu tens o meu e-mail e MSN. Beijos

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Anne, seguiremos juntos , construindo um novo por-vir... abraços, Jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tânia, bom jantar... Abraços, jorge