quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: A SOLIDÃO NÃO TEM ENDEREÇO..

                                                                                       Jorge Bichuetti


A solidão não tem endereço.. chega, invade nossa vida  e se apossa do que é  nosso... Ocupa tanto espaço, que pensamos ser ela a dona de tudo, nem lembramos que somos uma vida, cheia de sonhos e quereres...
Ninguém está tão vazio, quanto ela nos leva a sentir e crer... Somos muito... Somos nossos discos, livros, fotos... Nossos pássaros, nossa lua e nosso sol, n poente e na alvorada, no dia-a-dia e ao longo da jornada...
Somos os amigos... Os sonhos que alimentamos despertos e os que sonhamos adormecidos... Somos nossos desejos... Somos nossa comida e bebida... Nossa prece e nossa viagem enlouquecida...
A solidão, assim, é uma louca ilusão...
Podemos repovoar nosso mundo e nossa vida...
Basta levantar os olhos e ver que a solidão é um fantasma que chega ocupando um lugar, e nós, vaidosos ou narcisistas, esquecemos que a mesa não é a cadeira vazia... Nem nossa vida se resume na dor da nossa dolorida e sangrenta ferida...
Voltemos para a vida... Olhemos para o lado e descobriremos que a solidão não nos levou nada... Ela, esta bandida intrusa, somente, ocupou o vácuo da nossa paralisia , diante de uma perda ou desilusão...
Ousemos, no caminho há  vida... Novos amores, flores e luares... Um livro, uma mão... uma poesia, no ar...
                                                          ***
O dia não nasceu... As Luas estão do meu lado.
Uma cintila no céu... a outra me acaricia com seus de dengos de menina e a sua faceirice de um pequeno cãozinho, querendo a rua deserta e os encantos que descobre nas suas errantes vadiagens...
                                                          ***
Diz Deleuze: " Somos todos desertos, povoados de tribos, faunas e floras"...
Verde que te quero verde...
Vivemos, neste momento, uma perigosa ameaça no nosso povoamento.
Na Amazónia, uma usina... Estrada de ferro e um porto, no sul da Bahia, cortando o verde e a biodiversidade da nossa já agônica mata atlántíca.
Verde que te quero verde... Salvemo-lo...
                                                       ***
O sol, logo, irá raiar... Um novo dia... Tempo de algo fazer...
Todo dia podemos deixar nossa marca no chão da vida. E, indubitavelmente, sempre marcamos nossa passagem pelos minutos que rolam, compondo o concerto de um novo dia.
Marcamos com nossos equívocos...Erros... Desamor e lástimas...
Marcamos, pela nossa ausência, numa pacata covardia...
E, marcamos, se movidos pelo sonho e pela ternura, pela solidariedade e pela própria vida, agimos semeando o novo, a dignidade e uma audaz afirmação da vida...
Sempre escrevemos nosso nome nos caminhos da história e no caloroso chão do planeta e da sociedade que nos acolhe e vitaliza... O que muda é a cor da tinta... e a mensagem escrita.

2 comentários:

Retiro Terramour disse...

NUNCA TE PENSEI FALANDO DE SOLIDÃO PORQUE PARA MIM VOCE É UM SABIO E POSSUIDOR DOSEGREDO DA FELICIDADE QUE PARA MIM É O DESAPEGO QUE EXTINGUE QUALQUER TIPO DE MEDO.O SABIO ÇOMO VOCE, NÃO É EGOCENTRICO E NÃO SEAPEGA A NADA POR ISSO NUNCA PERDE NADA.
LAO TSE DIZ ELE DIZ MAIS< O SABIO PERMANECE NA AÇÃO SEM AGIR , ENSINA SEM NADA DIZER,. A TODOS QUE O PROCURAM NUNCA SE NEGA. ELE CRIA E AINDA ASSIM NADA TEM.AGE ENÃO GUARDA COISA ALGUMA. REALIZADA AOBRA NÃO SE APEGA AELA E JUSTAMENTE POR NÃO SE APEGAR NÃO É ABANDONADO NUNCA.>
MEU MESTRE ESSE TIPO DE SÁBIO QUANDO ABANDONA SUA ÓBRA ELA GERALMENTE MORRE E VOCE SABE DISTO POR ISSO SEJA UM POUCO MENOS ´SÁBIO E QUANDO SE SENTIR EM SOLIDÃO É SÓ ASSOVIAR. MEU OUVIDO APEZAR DA IDADE CONTINUA BOM. UM BEIJO SANTUZZA

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Santuzza, seu carinho, me constrói... Não sou o que presentes... mas luto, dia-a-dia, para conseguir com alegria, caminhar e sonhar pela luz de um lindo e nvo alvorecer...
Com ternura,
Jorge.