quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

POESIA: ASAS DA SERENIDADE

                  SERENO
                         Jorge Bichuetti

Sereno.
Serenidade...
O orvalho na folha
umedece
o chão...
Um canto de alegria
ilumina
a noite
e acende centelhas
no céu;
estrelas bailam
e adormecem
os fantasmas
da escuridão...


                   PAZ
                     Jorge Bichuetti

Se a tempestade
me arrasta e me deixa no chão caído,
beijo a seiva da vida
e no chão descubro forças
para minha própria subida...
Se uma lágrima
molha o meu rosto cansado;
não a excomungo,
permito
que ela me limpe os olhos,
levando, consigo,
as poeiras da estrada...

Paz! Bendita és , nobre anjo,
que sempre nos aconchega, e abraça,
se lhe damos, na nossa alma,
mesa farta, compreensão e guarida...


                  ANGUSTIA  SERENA
                                Jorge Bichuetti

Louco, angustiado,
desisti do caminho;
sentindo-me abandonado,
pássaro ferido sem ninho...

Um dia, voltando,
vi no mesmo caminho,
a angustia trabalhando
e fazendo de retalhos
um aconchegante ninho...


                 PRECE
                     Jorge Bichuetti

Vida, oh, vida,
já cansei de esperar;
sossego e paz
num leito acetinado,
nos braços amados,
num cadinho de carinho...
Assim, rogo-te vida:
força na caminhada,
luta perseverante,
pois sei, já descobri,
nas lições dos espinhos
que uma nova florada
pede o suor da labuta
dos que hão de pelejar
para abrir na escuridão
os portais da alvorada...

2 comentários:

Anne M. Moor disse...

Jorge

Como se suspira por escrito? Que poemas bem lindos carregados de paz.

Beijos
Anne

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Anne, um pouco de brincadeiras com minha pequena Lua, me contagiou e me pus a desejar-lhe um pai sereno... Dai, as poesias...Grande e terno abraço, Jorge