sábado, 3 de setembro de 2011

POESIA: VOZES DO AMANHECER

                           A ÁRVORE E O VENTO
                                               Jorge Bichuetti

De olhos fechados, escuto
um ruflar suave e terno...
melodiosa canção;
o vento cria um bailado,
as folhas num valsear
danda à vida nova cor...

O silêncio da noite aguça
o canto da natureza
que singelo é belo;
como se ali entre
a árvore e o vento
a vida estivesse tecendo
a música da esperança,
lição de suavidade
e a força da ternura...
Escuto e não resisto, choro;
não o pranto da tristeza,
mas o rito da beleza
que diante do infinito
celebra com a alegria
o movimento da vida,
cantarolando u'a prece
no altar da imensidão...


                               NO ESCURO, BRILHAM...
                                                       Jorge Bichuetti

No escuro, brilham
as estrelas e o infinito...
acendem velas no alto,
como se a noite fora
uma clemente romaria
onde os deuses perambulam,
querendo recriar a vida,
dando luz à escuridão
e flores cósmicas aos que vão,
pelos caminhos do mundo,
agoniados de medo,
nos casulos da solidão...


                                      AURORA
                                          Jorge Bichuetti

Alvorece... Clarão e clareiras,
o sol retorna luminoso e o céu
desnudo se mostra azulado,
cheio de vida nova, querendo
recomeçar...

Alvorece... A vida sonha
acordada... no florir da aurora;
eu... ajoelho e louvo, néscio,
nada sei, nada sou, mas irei
caminhar...

Na aurora, a vida canta
e nos encantos que tece,
enfeitça o destino e nos
acorda, dizendo: viver é
muito amar...


Nenhum comentário: