Jorge Bichuetti
Já se acreditou que o funcionamento do homem era eterno: bondoso ou cruel; individualista ou social; econômico ou de desejos. Natureza eterna.
Depois, cremos na sua transformação mecânica: a conversão religiosa; a mudança do sistema de produção; os efeitos de um escola ou de um divã...
Contudo, somos produto e produtores do mundo... E carregamos nossas diversas subjetividades que resistem à mudança.
Nos Manuscritos de Marx, a vida nova no socialismo era uma epopéia automática e romántica...
A tentativa de construção do socialismo, deparou-se com este emarando de problemas.
Vejamos, Cuba...
Sem abundância e sem quadros diregentes, com muita miséria e um esgotamento crônico pelo isolamento, a ilha necessitava crescer, prodizir e acumular, para cumprir suas tarefas de superação dos graves problemas de educação, moradia, trabalho, saúde, cultura e desalienação.
Faltava recursos... estes eram acentuadamente escassos.
Charles Bettelheim versus Mandel...
Bettelhein advogou e venceu que para se acumular alguma abundância imprescindível às tarefas sociais e de crescimento, se devia funcionar com oincremento capitalista da mais-valia...
Che e Mandel discordaram...
Che reflete e conclui que a permanência e a estimulação da mais-valia equivalia a reforçar o individualismo, a exploração, a própria subjetividade capitalista.
Para nós, este modo de funcionar facilita e estimula o poder facista-autoritário e necessidade permente repressão..
Não é mecânica a produção de sujetividades livres, generosa e solidárias...
Che, então, defende e é derrotado, que sem homem novo, a construção do socialismo sempre se daria autolimitada e comexcesivas idiossincrasias..
Neste momento, sugere o trabalho voluntário... Trabalho solidário e generoso... doação e partilha.
Esta militância para ele gerava uma nova subjetividade... Funcionaria como uma contrainstituição ( Bauleo ), um dispositivo ( Foucault) e um implante socialista ( Machado e Singer).
Há um salto...
Supera-se o expontaneismo e mecanicismo...
Nem homem novo, como graça; nem homem novo, como reflexo automático das mudanças na base material de produção da vida.
O homem novo nasce das forças ativas e de relações solidárias que estimulam a vontade de potência nas linhas e fluxos da solidariedade e da inclusão social.
Dai, a definição filosófica de socioalismo humanista...
***
Hoje, o homem pode e é chamado às experiencias de produção de vida e vida solidária: nos trabalhos voluntários, na economia solidária, nos dispositivos de produção de vida e cidadania, nos projetos de inclusão social e nos espaços de encontros libetários, amorosos, genroso e de com-paixão.
Vide: a pastoral da criança, ação da cidadania contra fome e a miséria, a fábricas recuperadas, e uma infinidade de experimentos onde o norte é a solidariedade e o amor.
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Retoma-se, assim, o já dito pelo debate marxistas revolucionários e os surrealistas, que germinou na consigna: transformar o mundo, mudar a vida...
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Não neguemos a história... O fascismo e os microfascismos de direita ou de esquerda são, igualmente, nefastos, destrutivos, burocráticos e autoritários e mortíferos...
Já a experiência zapatista de Chiapas no México, diz: não há socialismo que plenifica enão se dforma sem homemnovo... pois, não sem liberdade, ética do cuidado e dos direitos humanos, da democracia direta e do direito à diferença...
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Há escuridão... é noite.. todavia, nem todas as estrelas se apagaram...
Sigamos, com nossos corpos iluminados pelas estrelas da liberdade e da vida.
Vivendo ja nas nossas vidas o alvorecer da mudança...
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4 comentários:
Jorge, tem um artista de nome Roth, fiz uma entrevista com ele sobre o Lorca. No site dele tem belissímos trabalhos dele a partir de fotos do Che.
http://www.ufsm.br/~roth/cheguevara.htm
Eu também gosto do Che. Atrevido. O anti-servo. Nobre. Guerreiro. O sorriso mais bonito que já vi.
beijo
M
Querida Marta, amo che... Copiei o site... vou... mas queria partilhar uma discussão sobre Che: Guerras de guerrilhas... Temos alguns( 1 ou 2 ou, talvez, 3) a re-inventado como uma máquina de guerra não-bélica... Sem reflexão crítica sobre a luta armada, simplesmente, como uma reflexão sobre a montagem da luta e da resitência na política e na vida, onde nos perbemos sempre indo para confrontos autodestrutivos, e , então, vimos que mais do que uma simples tática de guerra, era um modo de viver, lutando e sonhando... trata-se de imprimir na vida ena política a ideia de movimento: o inimigo nunca nos encontra, onde seria o óbvio, nem vamos para o confronto suicida... Movimentamos nas molecularidades rizomáticas de uma vida e uma prática que, como selva, estamos sempre em movimento... Quando nos procura na Reforma Psiquiátrica já estamos na cultura; quando chegam na cultura já estamos no direito ao ócio... e, assim, vai... Marcos, o sub, falou disso: quando esperam dele política faz poesia e quando o procuram na poesia o encontram com discurso político...
Não é confuso, eu que estou meio ou muito...
Abraços Jorge
Amo Michel Foucault, mas se ele soubesse disso, ficaria muito triste comigo, pois detestava o culto à personalidade. Deixou em aberto os seus estudos para que outros dessem sequência, contestando sempre a a questão da autoria. Concordo com ele, depois veio Deluze e Guattari, vieram outros pensadores, viemos nós para formarmos a resistência e construirmos um mundo novo. E viva o Chê com suas certezas e incertezas, com sua vida revolucionária, pois a esquerda também tinha os seus heróis na Modernidade. Beijosssss
Tânia, amo Foucault, mas Che legou algumas ideias que necessitam ser resgatas, junto com sua ousadia e seu sorriso,
abraços, Jorge
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